Papiro hierático de Greenfield XXI Dinastia, British Museum,
Londres[1]. Deusa
solar mãe Nut representa o ceu que protege a todos[2] Ceu e
terra teriam sido unidos no passado dos tempos de modo que o ceu representa
apenas uma das metades do mundo sendo o ceu masculino ativo e a terra
feminino passiva. Da fecundação da terra pelo ceu surgiram todos os seres
vivos. No Egito, contudo, há uma simbologia inversa: a deusa mae Nut
representa o ceu é a esposa do deus Geb / Gueb que representa a terra.[3] O
evento fundamental com Gueb e Nut é a separação em que Nut é soerguida por
Chu/Shu, o Deus do Ar [4], e a
crença que no início ambos constituíam uma unidade.[5] O
“ventre de Nut” é a abóboda do ceu.[6] No
papiro Bremmer Rind do período ptolomaico em Tebas é dito: “Criei todas as
serpentes e tudo o que surgiu delas. Em então Shu e Tefnut deram origem a Geb
e Nut, e então Get e Nut deram à luz ao Osíris corporal, Hórus, Seth, Ísis e
Nephtys, uma fêmea após um macho deles, e eles criaram as suas multidões
nesta terra”.[7] O ceu é um imenso lago,
o oceano universal, a nout celeste
sobre a qual navega a barca solar.[8] O
Genesis 1:7 consta descrição similar: “Deus fez o firmamento que separou as
águas que estão sob o firmamento das águas que estão acima do firmamento”. A
aparente abóboda do ceu separava as duas águas, onde consta a presença de
comportas que despejam as águas do dilúvio. Segundo o Genesis 7:11 “nesse
dia jorraram todas as fontes do grande abismo e abriram-se as comportas do
ceu”. |
[1]SHAFER, Byron. As religiões no Antigo Egito, São Paulo: Nova Alexandria, 2002,
p. 39
[2]https://en.wikipedia.org/wiki/Nut_(goddess)
[3]LEXIKON, Herder.
Dicionário de símbolos, São Paulo:Cultrix, 1990, p. 53
[4]CLARK, Rundle. Símbolos
e mitos do Antigo Egito, São Paulo:Hemus, (s.d.), p.255
[5]CLARK, Rundle. Símbolos
e mitos do Antigo Egito, São Paulo:Hemus, (s.d.), p.42
[6]CLARK, Rundle. Símbolos
e mitos do Antigo Egito, São Paulo:Hemus, (s.d.), p.163
[7]SHAFER, Byron. As religiões no Antigo Egito, São Paulo: Nova Alexandria, 2002,
p. 141