No mapa TO (Orbis Terrarum) mostrado em Etimologias de Isidoro de Sevilha toda a terra era descrita como um prato circular dividido por uma corrente de água em forma de T representando os principais rios Nilo no Egito, rio Dom na Rússia e mar Mediterrâneo[1]. O Oriente ficava no topo de modo a “orientar o mapa”. Por cima do T ficava a Ásia (com os descendentes de Sem bíblico, um dos três filhos de Noé). Europa (com os descendentes de Jafer / Jafé) e África (com os descendentes de Cam) ficavam separados pela barra que representava o Mediterrâneo. A denominação de Mediterrâneo viria apenas com Solino e seria adotada por Isidoro de Sevilla em Etimologias. Até então era conhecido como mare internum ou mare nostrum[2] o “nosso mar” tal como denominado pelos romanos no auge de seu império. A Europa e África eram separada da Ásia pela barra horizontal que representava o Danúbio e o Nilo que supostamente seguiam uma linha contínua. O “mar Oceano” atual oceano Atlântico cercava todo o conjunto de terras conhecidas, ou ecúmena, todo o mundo habitado. David Lindberg mostra que para os filósofos medievais, seguindo as teses geocêntricas de Aristóteles, a Terra era estacionária, ou seja, ela não girava em torno de seu eixo.[3]
[1] LINDBERG,
David C. The Beginnings of Western Science. University of Chicago Press. Edição
do Kindle. 2007, p.280
[2] BOORSTIN, Daniel. Os
descobridores, Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 1989, p.112
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