Em
1810 Felisberto Caldeira Brandt Pontes e Pedro Antonio Cardoso associaram-se
para importar uma máquina a vapor da empresa Walsh & Bolton para seu engenho
na Bahia na Ilha de Itaparica [1],
mas a máquina teve de ser abandonada apenas com apenas um ano de uso por falta
de técnicos para sua manutenção [2] segundo depoimento do almirante Jaceguai em suas Memórias.[3] O espírito inovador de Felisberto Caldeira
Brandt, marquês de Barbacena foi o introdutor da vacina de Jenner na América
portuguesa em 1804 sendo ele o primeiro inoculado no Brasil.[4] Caldeira Brandt importou e contratou técnicos da Inglaterra para um barco a
vapor com o inconveniente de que se uma peça quebrasse seria necessário comprar
novas peças de Londres ou então continuaria trabalhando com a peça quebrada o
que realmente aconteceu. Felisberto Caldeira Brandt Pontes contratou o engenheiro inglês John Gyles em
1820 para adaptar as fornalhas de seu engenho ao sistema usado na Jamaica, com
resultado desastroso.[5] Stuart Schwartz argumenta que o problema foi que John Gyles quis trabalhar para
outros engenhos e com isso Caldeira Brandt recusou a pagá-lo pois exigia
exclusividade [6].
[1]SILVA, Maria Beatriz
Nizza. A primeira gazeta da Bahia: Idade d’ouro do Brasil, São Paulo:Cultrix,
1978, p.98
[2]SILVA, Maria Beatriz
Nizza da. Os senhores de engenho e a cultura científica. Ciência e Cultura,
Campinas, v. 31, n. 4, p. 389-394; JÚNIOR, Manuel Diegues. População e açúcar
no Nordeste do Brasil, São Paulo:CNA, 1954, p.144
[3]CALMON, Pedro. História
da civilização brasileira, São Paulo: Cia Editora Nacional, 1933, p.211
[4]CALÓGERAS, Pandiá. O
marquês de Barbacena, Rio de Janeiro:Cia Editora Nacional, 1932, p.17 cf. MAWE,
John. Viagens ao interior do Brasil. São Paulo: USP, 1978, p. 64
[5]GAMA, Ruy. Engenho e tecnologia, São Paulo:Duas Cidades, 1979, p.46
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