quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Geb e Nut egípcios

 

 

Papiro hierático de Greenfield XXI Dinastia, British Museum, Londres[1]. Deusa solar mãe Nut representa o ceu que protege a todos[2] Ceu e terra teriam sido unidos no passado dos tempos de modo que o ceu representa apenas uma das metades do mundo sendo o ceu masculino ativo e a terra feminino passiva. Da fecundação da terra pelo ceu surgiram todos os seres vivos. No Egito, contudo, há uma simbologia inversa: a deusa mae Nut representa o ceu é a esposa do deus Geb / Gueb que representa a terra.[3] O evento fundamental com Gueb e Nut é a separação em que Nut é soerguida por Chu/Shu, o Deus do Ar [4], e a crença que no início ambos constituíam uma unidade.[5] O “ventre de Nut” é a abóboda do ceu.[6] No papiro Bremmer Rind do período ptolomaico em Tebas é dito: “Criei todas as serpentes e tudo o que surgiu delas. Em então Shu e Tefnut deram origem a Geb e Nut, e então Get e Nut deram à luz ao Osíris corporal, Hórus, Seth, Ísis e Nephtys, uma fêmea após um macho deles, e eles criaram as suas multidões nesta terra”.[7] O ceu é um imenso lago, o oceano universal, a nout celeste sobre a qual navega a barca solar.[8] O Genesis 1:7 consta descrição similar: “Deus fez o firmamento que separou as águas que estão sob o firmamento das águas que estão acima do firmamento”. A aparente abóboda do ceu separava as duas águas, onde consta a presença de comportas que despejam as águas do dilúvio. Segundo o Genesis 7:11 “nesse dia jorraram todas as fontes do grande abismo e abriram-se as comportas do ceu”.



[1]SHAFER, Byron. As religiões no Antigo Egito, São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 39

[2]https://en.wikipedia.org/wiki/Nut_(goddess)

[3]LEXIKON, Herder. Dicionário de símbolos, São Paulo:Cultrix, 1990, p. 53

[4]CLARK, Rundle. Símbolos e mitos do Antigo Egito, São Paulo:Hemus, (s.d.), p.255

[5]CLARK, Rundle. Símbolos e mitos do Antigo Egito, São Paulo:Hemus, (s.d.), p.42

[6]CLARK, Rundle. Símbolos e mitos do Antigo Egito, São Paulo:Hemus, (s.d.), p.163

[7]SHAFER, Byron. As religiões no Antigo Egito, São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 141

[8]POCHAN, André. O enigma da grande pirâmide, Rio de Janeiro: Difusão, 1977, p. 212



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