domingo, 20 de dezembro de 2020

Invenção da pólvora

 

Roger Bacon escreveu sobre a pólvora por volta de 1260, provavelmente com base em informações de povos nômades sarracenos, alguns anos antes da viagem de Marco Polo à China (1271-1275) com histórias sobre a descoberta dos chineses. Marco Polo escreveu seu livro As viagens de Marco Polo durante em seu cativeiro em Gênova em 1296, numa obra minuciosa como nenhuma outra até então havia sido escrita sobre a Ásia na Europa. Portanto Roger Bacon não escreveu com base nas informações de Marco Polo. Um judeu da cidade de Ancona chamado Jacob d’Ancona também viajou para China (1270-1273) e também se refere à pólvora pelos chineses: “os alquimistas de Manci (sul da China) fizeram, por experiência, muitas máquinas, embora lhes falte a vontade de lutar, das quais eles chamam de raio que abala o ceu, pois, usando um pó mágico que explode (magico polve che scoppia) e que eles põem num tubo de ferro ou cobre, lançam um fogo rápido e voador a grande distância, e para grande dano do inimigo [...] Quando dão banquetes, é costume deles encher varas de bambu, com seu pó explosivo, ao qual ateiam fogo e se alegram com as faíscas de luz”.[1] Para composição da pólvora Bacon usou de um anagrama que uma vez decifrado revelaria as proporções de sete partes de salitre, cinco de carvão e cinco de enxofre. Seu enigma permaneceu sem solução por 650 anos até ser resolvido por um coronel do exército britânico.[2]

[1] SELBOURNE, David. Cidade da luz, Rio de Janeiro:Imago, 2001, p. 296

[2] COUTEUR, Penny le; BURRESON, Jay. Os botões de Napoleão: as 17 moléculas que mudaram a história. Rio de Janeiro:Zahar, 2006, p.85



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