Um lagar de azeite encontrado na vila de Pyrgos no Chipre data da Idade do Bronze (2500–2000 aC) onde se pode observar uma prensa primitiva para amassar as azeitonas. Lagar é o local onde se pisam frutos para separar sua parte líquida da massa sólida, como as azeitonas para fazer azeite ou as uvas para elaborar vinho. Tales de Mileto (624-548 a.c.) alugou todos os lagares das cidades de Mileto e Chio tendo pago pouco pelo aluguel porque porque ninguém oferecera preço melhor e ele dera algum adiantamento, segundo testemunho de Aristóteles em A política. Com isso Tales faturou um bom dinheiro cobrando dos produtores de azeitona um preço elevado e conseguindo grande fortuna na operação. Aristóteles conclui: “Em geral, o monopólio é um meio rápido de fazer fortuna. Assim, algumas cidades, quando precisam de dinheiro, usam desse recurso. Reservam-se a si mesmas a faculdade de vender certas mercadorias e, por conseguinte, de fixar seus preços como querem [,,,] É bom que os que governam os Estados conheçam esse recurso, pois é preciso dinheiro para as despesas públicas e para as despesas domésticas, e o Estado está menos do que ninguém em condições de dispensá-lo.” O poeta grego Antíparo, elogiava a invenção do moinho hidráulico para moagem de cereais como libertadora de escravas e criadora da Idade do Ouro.[1] O geógrafo grego Estrabão (63 a.c. a 24 a.d.) registra a presença de um moinho d’água em Cabira no palácio de Mitridates, rei do Ponto no século I a.c.[2]. Vitrúvio (81 a.c. a 15 a.c.) elogia Arquitas como um exímio construtor de máquinas. [3] No Novo testamento A palavra Getsêmani significa “lugar do lagar de azeite”. Ausonius em Mosella escrito em 369 descreve o uso de um moinho para moer grãos [4] e para cortar mármore perto de Tréveri, embora David Lynn e Frances Gies questionem a autenticidade deste trabalho [5]. Ausonius descreve o moinho poeticamente como cerealia saxa em sua função de moer cereais.[6]
[1] MARX, Karl. O capital,
livro I: o processo de produção do capital,São Paulo:Boitempo, 2013, p.481
[2] GIMPEL, Jean. A
revolução industrial da Idade Média, Rio de Janeiro:Zahar, 1977, p.14
[3] SEDGWICK, W.; TYLER, H;
BIGELOW, R. História da ciência: desde a remota antiguidade até o alvorescer do
século XX, Rio de Janeiro:Ed. Globo, 1952, p.71
[4] DERRY, T.; WILLIAMS,
Trevor. Historia de la tecnologia: desde la antiguidade hasta 1750,
Mexico:Siglo Vintuno, 1981, p.242
[5] WHITE, Lynn. Medieval technology & social change. Oxford University
Press, 1964, p.83; SINGER, Charles; HOLMYARD, E. A history of technology, v.II,
Oxford, 1956, p.31; FINLEY, Moses. Economia e sociedade na Grécia antiga, São
Paulo:Martins Fontes, 2013, p. 208; GIES, Frances & Joseph. Cathedral, forge and waterwheel, New York: Harper Collins, 1994, p. 35