domingo, 28 de fevereiro de 2021

Calendário asteca

 

Os astecas usavam dois calendários, o primeiro tonalpohualli / tonalpouali ("contagem dos dias") de 260 dias divididos em vinte semanas de treze dias cada e um (mostrado no Códice Bourbônico [1]). Cada dia era provido de um signo e de um algarismo que se continuava a usar as datas do ano solar de 360 dias, desta forma, em 72 anos de 260 dias teremos um total de 18720 dias que correspondem a 52 anos de 360 dias, repetindo-se, portanto, o ciclo a cada 52 anos solares de 360 dias. O  segundo calendário Xiuhpohualli (calendário solar) era constituído de 18 períodos de 20 dias cada com um período extra de cinco dias conhecido como aziago. Desta forma os astecas contabilizavam ciclos solar de 52 anos de 365 dias [2] Os astecas não possuíam relógios, clepsidras ou quadrantes solares.[3] Os povos mesoamericanos tinham o conhecimento do ciclo venusiano em 584 dias.[4] O grande calendário de pedra construído por Axayacatl em 1479 demonstra o conhecimento dos astecas em astronomia.[5] O Códice Tovar, atribuído ao jesuíta mexicano Juan de Tovar de 1585, contém informações detalhadas sobre os ritos e cerimônias dos astecas (também conhecidos como mexicas) e inclui um calendário civil asteca com os meses, semanas, dias, letras dominicais e festividades religiosas de um calendário cristão de 365 dias. O calendário solar asteca de 365 dias conhecido como Xiuhpohualli era dividido em 18 períodos de 20 dias, sendo cada período chamados cempuali, seguidos do nemontemi que eram os últimos cinco dias do calendário que encerravam o ano e eram considerados dias de mau agouro e por este motivo não se trabalhava nestes dias [6]. Cada cempuali era dividido em 4 períodos de cinco dias, perfazendo o equivalente a quatro semanas: cali, rechtli, aatli e tecpatli. A ilustração do Código Tovar da terceira seção descreve um mês asteca, e mostra na parte superior uma imagem de um homem com seu torso de escama de peixe e pluma de quetçal, de pé na água e segurando um talo de milho e um vaso, provavelmente indica que o mês mostrado aqui seja o sexto mês, Etzalcualiztli (Refeição de milho e feijões). Hyatt Verril em “Old Civilizations of the New World” tendo em vista a semelhanças entre ao calendários astecas e maias, sugere que ao calendário maia por ser de uma civilização mais antiga possa ter de alguma forma servido de base ao calendário asteca, no entanto o calendário zapoteca, anterior tanto ao calendário asteca como maia, contém elementos comuns aos dois calendários.  

[1] LONGHENA, Maria. O México antigo, Barcelona:Folio, 2006, p. 74

[2] Instituto Nacional de Antropologia e História. Guia Oficial do Museo Nacional de Antropologia, Mexico:Inah Salvat, 1998, p.104; COE, Michael. O México. Lisboa:Editorial Verbo, 1970, p.96, 172; DAVIES, Nigel. The astecs: a history, London; Folio Society, 1973, p. 31; Guia dos segredos do império: o povo asteca, Barueri:On Line, 2016, p. 67

[3] SOUSTELLE, Jacques. A vida quotidiana dos astecas. Belo Horizonte:Itatiaia, 1962, p.212

[4] TATON, René. A ciência antiga e medieval: a Idade Média. São Paulo:Difusão, 1959, p. 14

[5] TOTH, Max; NIELSEN, Greg. A força das pirâmides, São Paulo:Record, 1976, p.42

[6] Guia dos segredos do império: o povo asteca, Barueri:On Line, 2016, p. 67; TAPAJÓS, Vicente. História da América, Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1974, p. 37



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