sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Invenções da Grécia Antiga

 

Moses Finlay aponta outras invenções gregas como a engrenagem e o parafuso, a prensa de parafuso, a vela de popa à proa, a técnica de soprar o vidro[1] (Frances Gies mostra que a técnica teria sido desenvolvida na província romana da Síria no primeiro século a.d.)[2], a fundição de bronze oco, o concreto, a lente de vidro, a catapulta de torção, o relógio de água, o órgão de água, os autômatos movidos a água, vento e vapor em um período que atravessa cerca de mil e quinhentos anos o que revela um saldo muito pouco inventivo, especialmente se considerarmos a pouca difusão de muitos destes inventos, que serviram de mera curiosidade.[3] O sétimo livro de História Natural de Plínio cita algumas invenções, o que inclui não somente artes e ofícios, mas crenças e costumes, no entanto, enquanto que em outros campos os nomes dos indivíduos eram a regra nas artes industrias são raramente citados, geralmente quando muito apenas os locais das invenções são mencionados.[4] Héron de Alexandria inventou o sifão, o órgão hidráulico [5], o termoscópio. No século VI entre os gregos Anácarsis inventou a âncora marítima com duplo gancho, o fole a roda de oleiro, o escultor Glauco de Quios inventou a técnica de soldagem do ferro, o arquiteto cretense Quersifrão inventou as técnicas de transporte de colunas tendo participado da construção do Templo de Artemis em Éfeso (construído em 340 a.c. e tendo algumas de suas colunas trazidas para o British Museum [6] por John Wood, na figura), Teodoro de Samos o polimento do mármore e o torno [7] bem como o processo de fundição do bronze.[8]

 



[1] ANDERSON, Perry. Passagens da antiguidade ao feudalismo, Porto: Afrontamento, 1982, p. 82

[2] GIES, Frances & Joseph. Cathedral, forge and waterwheel, New York: Harper Collins, 1994, p. 25

[3] FINLEY, Moses. Economia e sociedade na Grécia antiga, São Paulo:Martins Fontes, 2013, p. 200

[4] FINLEY, Moses. Economia e sociedade na Grécia antiga, São Paulo:Martins Fontes, 2013, p. 205

[5] USHER, Abbott. Uma história das invenções mecânicas, Campinas:Papirus, 1993, p.187

[6] https://www.britishmuseum.org/collection/object/G_1872-0803-9

[7] BLOCH, Raymond; COUSIN, Jean. Roma e o seu destino. Rio de Janeiro:Cosmos, 1964, p.270, 150, 153

[8] TOYNBEE, Arnold. Helenismo: história de uma civilização, Rio de Janeiro: Zahar, 1963, p. 58



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Doação de Constantino

  Marc Bloch observa a ocorrência de falsificações piedosas tais como a pseudo doação de Constantino ( Constitutum Donatio Constantini ) ao ...