O médico Piso em sua obra De medicina Brasiliensi é descrita por Juliano Moreira como “uma das mais lídimas glórias da literatura médica”, onde mostra a ação terapêutica de diversos produtos encontrados no Brasil junto aos indígenas como a copaíba, tipo, sassafrás, capeba ou pariparoba e o jaborandi. [1] Gabriel Soares de Sousa em "Tratado descritivo do Brasil" em 1587 já se referia as propriedades da copaíba[2]. A primeira citação sobre o óleo de copaíba talvez tenha sido feita numa carta de Petrus Martius ao Papa Leão X publicada em 1534, em Estrasburgo. Naquela carta, faz-se referência ao "Copei" como uma droga indígena. O padre Jesuíta José Acosta (1539-1604) no seu livro "De Natura Novi Orbis", traduzido em 1606 do latim para o francês, e depois por José Maffeu para o português, que o intitulou "História Natural e Moral das Índias", assim se referiu ao óleo de copaíba: O bálsamo é celebrado com razão por seu excelente odor, e muito maior efeito para curar feridas, e outros diversos remédios para enfermidades, que nele se experimentam...nos tempos antigos os índios apreciavam em muito o bálsamo, com ele os índios curavam suas feridas e que delas aprenderão os espanhóis. Jean de Lery, que veio para o Brasil com Bois-Le-Comte, sobrinho de Villegagnon. De Lery o descreveu na "Histoire d'un Voyage fait en la Terre du Brésil", em que retratava a tentativa francesa no Rio de Janeiro de criação da França Antártica. Os padres Fernão Cardim, em 1584, Francisco Soares, em 1594 e Simão Travaços, em 1596, citam o óleo de copaíba como um excelente cicatrizante [3] Outro estrangeiro, o holandês Gaspar Barléu, em seu livro "História dos feitos recentemente praticados durante vinte anos no Brasil", dedicado ao Conde Maurício de Nassau, assim se referiu à copaíba, que considerava uma das árvores próprias da terra mais notáveis: "Vêem-se estas plantas esfoladas pelo atrito dos animais, que, ofendidos pelas cobras, procuram instintivamente este remédio da natureza". Theodoro Peckolt, que veio ao Brasil em 1846, um dos primeiros cientistas a investigar de modo sistemático as propriedades medicinais da flora brasileira, tinha a mesma opinião de Barléu sobre a copaíba. Ele a considerava uma das dez árvores genuinamente brasileiras mais úteis na Medicina. O óleo de copaíba já constava em 1677 da farmacopéia britânica e em 1820 da farmacopéia americana.
[1] MOTOYAMA, Shozo. Prelúdio
para uma história, São Paulo: USP, 2004, p.96; MARTINS, Wilson. História da
inteligência brasileira, v.I (1550-1794), São Paulo:USP, 1976, p. 91
[2] MARTINS,
Wilson. História da inteligência brasileira, v.I (1550-1794), São Paulo:USP,
1976, p. 91
[3] VEIGA JUNIOR, Valdir F. and PINTO, Angelo C.. O gênero copaifera L. Quím. Nova [online]. 2002, vol.25, n.2 [cited 2021-02-27], pp.273-286. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422002000200016&lng=en&nrm=iso>
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