Na cidade celta de Heuneburg no vale do Danúbio foram encontrados um bairro operário com vestígios de fornos, cadinhos e detritos de fundição que deixam supor tratar-se de oficinas de metalurgia datados do século VII a.c. com os quais eram fabricados joias e ornamentos.[1]Os celtas foram atraídos para a metalurgia do ferro devido a escassez de estanhos em suas terras. Grahame Clark observa, contudo, embora tivessem adotado o ferro para certas aplicações o povo de Hallstatt utilizava o bronze para diversos fins como vasilhas, elmos e escudos[2]. No vilarejo celta de Hallstatt foi encontrado um cemitério com túmulos que exibiam espadas e punhos decorados de ferro, o que evidencia a existência da mais antiga cultura da idade do ferro na Europa Central[3]. Esta civilização de Hallstatt que enriqueceu com o comércio de sal, data de 2500 a 3000 anos. [4] O uso de ferro em Hallstatt data de 650 a.c.[5]Paul Herrmann a ela se refere como “a Paris de épocas pré históricas”.[6]O desenvolvimento da metalurgia celta permitiu o aperfeiçoamento da tecnologia de rodas de aros pregados em Hallstatt e aros apertados em La Tène a partir do século V a.c.[7]. Elizabeth Barber mostra que tecidos encontrados em Hami na China são muito semelhantes aos encontrados em Hallstat.[8]Por volta de 500 a.c outra civilização do ferro surgiu La Tène uma estação Suíça situada próxima ao lago Neuchatel. [9]Na segunda idade do ferro por volta de 450 a.c. os guerreiros saquearam Roma e o Norte da Grécia.[10]Jarros celtas de bronze de Basse Yutz foram encontrados em Moselle no nordeste da França datados de 450 a.c [11]demonstrando o domínio de complexas tecnologias de manipulação de metais.
Vaso de Vix
O vaso de Vix atualmente no Musée du Châtillonnais em Châtillon-sur-Seine foi fabricado possivelmente na Grécia ou Etrúria e trazido para o França pelo porto de Marselha.[12]O vaso de quase dois metros de altura feito em bronze martelado foi encontrado em 1953 em Chatillon sur Seine entre outros objetos do tesouro no túmulo de uma princesa celta datado de 525 a.c. A tumba pertencia ao oppidum de Mont Lassois, que mais tarde foi abandonado em favor da cidade galo-romana de Vertillum, localizada nas proximidades.[13]Nos séculos VI e V a.C. era um centro da cultura de Hallstatt, dominado por uma classe principesca na qual figuras femininas parecem ter uma importância particular.
[1] KIMMIG, Wolfgang. Heuneburg. Readers's Digest. As grandes civilizações desaparecidas, Lisboa:1981, p.137
[2] CLARK, Grahame. A pré história, Rio de Janeiro:Zahar, 1975, p. 170
[3] WENDT, Herbert. Tudo começou em Babel, São Paulo:Difusão, 1962, p. 135
[4] WENDT, Herbert. A procura de Adão. São Paulo:Melhoramentos, 1965, p. 405
[5] SHAPIRO, Harry. Homem, cultura e sociedade, Lisboa: Fundo de Cultura, 1972, p. 172
[6] HERRMANN, Paul. As primeiras conquistas. São Paulo:Boa Leitura Editora, 3ª edição, p. 28
[7] PIGGOTT, Stuart. A Europa antiga, Lisboa:Fund. Calouste Gulbenkian, 1965, p. 316
[8] MILLER, Russel. A verdade por trás da história: as novas revelações que estão mudando nossa visão do passado. Rio de Janeiro:Reader’s Digest, 2006, p.58
[9] READERS'S DIGEST. Da idade do ferro à idade das trevas: de 1200 a.c. a 1000 d.c, Rio de Janeiro, 2010, p.23; AYMARD, André; AUBOYER, Jeannine, Roma e seu império, História Geral das Civilizações, São Paulo:1974, p. 61
[10] CHILDE, Gordon. O que aconteceu na história, Rio de Janeiro:Zahar, 1977, p.138210
[11] MacGREGOR, Neil. A história do mundo em 100 objetos, Rio de Janeiro:Intrínseca, 2013, p.213
[12]DEZ, G.; WEILER, A. Curso de história Jules Isaac. São Paulo:Martins Fontes, 1964, p. 146