No século XVI Georgius Agricola (George Bauer) ao comentar sobre os inúmeros textos de alquimia que alegam o conhecimento da conversão de um metal em outro comenta que “ninguém em tal arte enriqueceu, nem enriquece no dia de hoje, apesar de que em qualquer llugar do mundo se encontrem muitos deles que – todos, eu digo, todos – de dia e de noite, com as mãos e com os pés, pretendem poder fazer montanhas de ouro e prata [..] eles teriam as cidades e os castelos cheios de ouro e prata”.[1] Agricola critica a “asneira e a estupidez” dos alquimistas em terminologia obscura e na tentativa de despertar o assombro e buscar a glória pessoal. Sobre os enigmáticos textos alquimistas Agricola conclui que “todos são difíceis de seguir, porque os autores que abordam essas coisas utilizam nomes estranhos, que não pertencem propriamente aos metais, e porque alguns empregam ora um nome, ora outro, inventados por eles, embora a coisa em si não mude”.[2] Agricola, contudo, admite a existência de espíritos ígneos presentes nas minas e que teriam matado dez trabalhadores nas minas de prata de Annaberg. A crença no daemon metallicus, ou gnomos das minas também conhecidos com Kobolts e Nickels e que dá nome a novos metais como o cobalto e níquel respectivamente. O capitulo XXVII do livro Dos monstros de Ambroise Parré é dedicado aos demônios que habitam as pedreiras.[3] Geronimo Cardano e Bernard Palissy em 1580 falam da existência de sementes de metais e sua propagação. [4]
[1] ROSSI, Paolo. Francis Bacon: da magia à ciência. Curitiba:Ed. UFPR, 2006, p.90; ROSSI, Paolo. Os filósofos e as máquinas. São Paulo:Cia das Letras, 1989, p. 54; FANNING, Philip. Isaac Newton e a transmutação da alquimia, Santa Catarina:Danúbio, 2016, p. 39
[2] BELL, Madison Smartt. Lavoisier no ano um. São Paulo: Cia das Letras, 2007, p. 45
[3] TATON, René. A ciência moderna: o Renascimento, tomo II, v.I, São Paulo:Difusão, 1960, p. 114
[4]SARTON, George. Six wings, men of science in the Renaissance, Bloomington: Indiana University Press, 1957, p. 156
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