Mariano di Jacopo, Il Taccola, de Siena deixou um a descrição detalhada de seus projetos de pontes e sistemas hidráulicos em três volumes.[1] A turbina hidráulica atribuída Leonardo da Vinci é encontrada no Tratado de Arquitetura Civil e Militar de Francesco Martini. [2] As eclusas de comportas móveis de Leonardo já eram encontradas nos trabalhos de Alberti. Em uma carta escrita para o duque Ludovico de Sforza Leonardo da Vinci lista seus trabalhos em engenharia na esperança de ser contratado como engenheiro militar[3]. Leonardo da Vinci, contudo, não solicitou nenhuma patente de suas invenções.[4] Tampouco Leonardo publicava seus trabalhos, a exceção de um tratado de pintura de 1651 os demais trabalhos permaneceram como anotações pessoais até que finalmente publicados em 1880.[5]Leonardo, contudo, era um conhecido escritor especular, e em suas anotações pessoais combinava o uso de siglas e abreviaturas para tornar mais difícil a leitura por outras pessoas, como nas notas no célebre Homem de Vitrúvio.[6] George Sarton acredita que o uso da escrita especular se deva ao fato de possivelmente ser canhoto e pode perceber as vantagens de se escrever de modo invertido.[7] Segundo Jean Delumeau: “A grandeza de Leonardo como técnico reside menos nas suas invenções que na sua curiosidade espiritual e no seu método [...] São evidentes as limitações e Leonardo como engenheiro. Falta-lhe uma linguagem adequada – uma das grandes insuficiências do Renascimento – e faltam-lhe instrumentos de medida. Mas com ele a técnica deixa de ser assunto de artesãos e ultrapassa o empirismo. Leonardo tem um método: primeiro observa, conservando apenas os elementos essenciais, e, chega por fim, a uma proposição de caráter geral. Assim se guinda acima dos outros engenheiros do seu tempo, pois sente a necessidade de racionalizar, de chegar da teoria à abstração”. [8]
[1] MATTHEW, Donald. A Europa Medieval, v.II. Lisboa :Ed. del Prado, 1996, p.145
[2] DELUMEAU, Jean. A civilização do Renascimento, Lisboa:Estampa, 1984, v.I, p.156
[3] CAMP, L. Sprague de. The ancient engineers, New York: Ballantine Books, 1963, p. 397
[4] BONILLA, Luis. Breve historia de la técnica y del trabajo, Madrid:Ed. Istmo,1975, p.181
[5] CAMP, L. Sprague de. The ancient engineers, New York: Ballantine Books, 1963, p. 403
[7] SARTON, George. Six wings, men of science in the Renaissance, Bloomington: Indiana University Press, 1957, p. 221
[8] DELUMEAU, Jean. A civilização do Renascimento, Lisboa:Estampa, 1984, v.I, p.161
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