Em Lagoa Santa foram encontrados esqueletos de entre cerca 8 a 10 mil
anos enquanto que Luzia[1] foi encontrada em 1975 na
gruta da Lapa Vermelha IV em Confins[2] que fazia parte de um
grupo caçador coletor com datação de 12,7 a 16 mil anos, o achado humano mais
antigo de todo continente americano[3]. Luzia foi encontrada por uma
missão de arqueólogos franco brasileira coordenados por Annette Laming
Emperaire. Walter Neves e Héctor Puciarelli nos anos 1980 perceberam que os
traços de Luzia e de outros esqueletos encontrados nos arredores de Lagoa Santa
lembram os negros africanos ou os aborígenes australianos, mas não os
mongoloides asiáticos de onde se acredita tenha vindo a onda migratória que deu
origem ao homem americano. Tampouco os índios modernos tem as feições de Luzia.[4] A explicação para os
traços negros de Luiza pode estar na presença de grupos com características
morfológicos dos primeiros africanos, entre o grupo dos primeiros colonizadores
americanos. Segundo Walter Neves a explicação não estaria em qualquer migração
transoceânica seja pelo Atlântico ou pelo Pacífico mas pelo estreito de Bhering
possivelmente por duas levas distintas de humanos que deixaram a Ásia em
direção à América no final do Pleitoceno, uma primeira com morfologia craniana
paleoamericana e uma segunda com morfologia mongoloide.[5] Pesquisas posteriores
mostraram que a presença do homem nas ilhas do Pacífico era muito recente e não
poderia ter sido a origem dos povos americanos[6]. A elevação do nível dos
mares que se intensificou entre 12 mil ac. E 9 mil a.c. provocou ume enorme
grande transformação e explosão populacional. A conexão por terá entre Sibéria
e Alasca permitiu a migração dos primeiros humanos para as Américas em algum
momento antes de 22 mil a.c..[7] Um dos primeiros a
sustentar a origem asiática dos povos americanos vindo através do estreito de
Bhering, não muito antes do final do Pleitosceno, foi Alexander Humboldlt ainda
no século XIX[8] A primeira leva teria caminhado pela costa do Pacífico, chegado ao Chile em 12.300
anos atrás conforme descoberta de 1997 de Tom Dillehay em Monte Verde no Chile[9], que sugere uma rota
inicial pela costa do Pacífico, de modo que a penetração nos Estados Unidos e a
cultura Clovis seriam posteriores derrubando a tese inicial do Clovis First [10], que aparecem amplamente
nos registros arqueológicos da América do Norte a partir de 13 mil anos atrás. Em
Monte Verde foram encontradas cabanas de madeira construídas com galhos e
restos de fogueiras, bem como artefatos de ossos e pedras.[11] Entre 11,5 mil e 8,5 mil
anos atrás teriam chegado ao nordeste e centro oeste do Brasil.
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