sexta-feira, 23 de setembro de 2022

A oficina medieval

 

Na loja medieval: o artesão vendia sua própria produção[1] As lojas justapostas na mesma rua não mantinham concorrência entre si[2] Segundo Arlette Farge nos prédios de apartamentos parisienses, encravado em suas ruas estreitas, eram cheios de passagens  que ligavam a oficina ao pátio com partes internas ou balcões exteriores ao redor dos pátios, no entanto sugere que a concorrência não estava ausente: “a oficina , espaço tradicional de trabalho do artesão, seus empregados e aprendizes, é um local intermediário entre o exterior e o interior. Balcões e bancas estendem-se para a rua, abrem-se para fora. Clientes e artesãos podem conversar o dia inteiro. Longe de ficar trancados, os empregados logo se informam de tudo que acontece nas redondezas, o que facilita muitas formas de intercâmbio e de solidariedades. Ninguém pode ignorar as disputas entre patrões e empregados e ao primeiro olhar dos transeuntes distinguem as oficinas organizadas daquelas que não o são. Em um contexto de tal proximidade, a competição atinge o auge: o mestre não hesita em nadar seu aprendiz espionar pela janela os clientes de seu vizinho para melhor agarrá-los”.[3]

[1] http://cidade114.rssing.com/chan-25137763/all_p4.html

[2] FOSSIER, Robert. As pessoas da idade média, Rio de Janeiro: Vozes, 2018, p. 104

[3] FARGE, Arlette. Famílias, a honra e o sigilo. In: ARIÈS, Philippe; CHARTIER, Roger. História da vida privada v. 3 Da Renascença ao século das Luzes, São Paulo: Cia das Letras,1991, p.587



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