sábado, 27 de agosto de 2022

Vaso Vix grego

 

Na civilização etrusca que data do século VII a.c que antecedeu aos romanos já demonstrava domínio em técnicas de joalheria com trabalhos em ouro e prata, como por exemplo as encontradas no túmulo Regolini Galassi.[1] A Etruria era grande exportadora de artigos em bronze.[2] Este desenvolvimento da indústria de metais se explica pela abundância de ferro e cobre na Toscana bem com na ilha de Elba e pela importação de bronze das ilhas britânicas.[3] A cidade etrusca de Populônia, que tratava o minério da ilha de Elba[4], destacava-se por suas atividades em metalurgia com a fabricação de objetos em ferro, cobre e bronze como armas, ânforas (amphorae), trípodes e candelabros.[5] As técnicas, contudo, não eram avançadas a julgarmos pelas enormes quantidades de rejeitos o que mostra que era preciso enormes quantidades de combustível para se conseguir resultados medíocres[6]. Datado de 500 a.c. o vaso encontrado em Vix na Borgonha com peso de 200kg e 1,60 metros de altura é uma peça em bronze com espessura extraordinariamente fina que varia entre 1 e 1,3 mm, uma façanha técnica insuperável que assombra os arqueólogos contemporâneos.[7] Os objetos de bronze criados por ateliês helênicos eram exportavam para a Gália através de Marselha. A origem deste vaso possivelmente é algum ateliê de Corinto, Lacônia, Calcídia, Taranto, Argos ou mesmo da Etrúria toscana. Na ourivesaria as técnicas de filigrana e granulado permitiam a criação de joias em ouro de modo a conseguir fios extremamente finos permitindo a fabricação de arabescos, fíbulas, brincos ou braceletes[8]. A parte oriental da península itálica particularmente as ilhas de Elba e Sardenha eram ricas em ferro, cobre, estanho e outros metais. Os povos itálicos quando da invasão dos etruscos já dominavam a fundição do bronze embora continuassem a utilizar instrumentos de pedra, no entanto as cerâmicas não alcançaram desenvolvimento importante limitando-se á satisfação das necessidades mais básicas[9].

[1] BLOCH, Raymond. Os etruscos. Lisboa: Editorial Verbo, 1970, p.61, 163

[2] GIORDANI, Mario Curtis. História de Roma, Rio de Janeiro:Vozes, 1981, p. 130

[3] GIORDANI, Mario Curtis. História de Roma, Rio de Janeiro:Vozes, 1981, p. 21

[4] BLOCH, Raymond; COUSIN, Jean. Roma e o seu destino. Rio de Janeiro:Cosmos, 1964, p.270, 273; AYMARD, André; AUBOYER, Jeannine, Roma e seu império, História Geral das Civilizações, São Paulo:1974, p. 25

[5] BLOCH, Raymond. Os etruscos. Lisboa: Editorial Verbo, 1970, p.120; BLOCH, Raymond; COUSIN, Jean. Roma e o seu destino. Rio de Janeiro:Cosmos, 1964, p.20

[6] BLOCH, Raymond; COUSIN, Jean. Roma e o seu destino. Rio de Janeiro:Cosmos, 1964, p.270, 109

[7] https://mare.art.br/cratera-de-vix/

[8] BLOCH, Raymond. Os etruscos. Lisboa: Editorial Verbo, 1970, p.184

[9] BLOCH, Leon. Lutas sociais na Roma Antiga, Lisboa:Pub. Europa America, 1956, p.22



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