sábado, 13 de agosto de 2022

Os mármores do Partenon

 

A oficina de Fídias foi encontrada no final do século XIX e resgatados inúmeros instrumentos o que constitui uma evidência de a divisão moderna de técnicas não necessariamente existia na antiguidade.[1] Para Moses Finley “Fídias exemplificou de forma perfeita a ligação entre a arquitetura e a religião”.[2] Plutarco, na Vita de Péricles, exalta a técnica de Fídias ou Policleto: “até hoje, perante o Zeus olímpico ou a Hera de Argos, nunca brotou em nenhum jovem hábil e bem dotado o desejo vir a ser um Fídias ou um Policleto”.[3] Em 1801 Thomas Bruce, conde de Elgin, então embaixador do Império Britânico no Império Otomano (que dominava a Grécia) conseguiu do sultão de Constantinopla uma licença para poder carregar qualquer peça dentro do Partenon, desde que não prejudicasse  a integridade da obra e assim foram levadas estátuas e frisos (mármores) para o Museu Britânico. As metópes do lado sul mostram a Centauromaquia Tessaliana (a batalha entre os lápios, ajudados por Teseu contra os centauros).[4] O famoso poeta Lord Byron se opôs à ideia de retirar os famosos mármores da Grécia e chamou Elgin de "vândalo". O conde havia dito aos otomanos que um dos motivos para a retirada dos frisos da Grécia era para serem apreciados por pessoas de todo o mundo, no entanto, em princípio as peças não foram levadas ao museu. Com o enorme custo da transferência e um divórcio o conde foi à falência e se viu obrigado a vender os frisos ao Museu Britânico por US$ 438 mil em 1816. Após o fim da ocupação otomana da Grécia em 1832, o governo grego iniciou os pedidos para recuperação das relíquias que haviam sido tiradas do país, mas que o governo britânico se recusa devolver.[5]



[1] ROMER, Elizabeth. As sete maravilhas do mundo, São Paulo:Melhoramentos, 1996, p.50

[2] FINLEY, Moses. Os gregos antigos, Lisboa: Edições 70, 1984, p.137. In: VAINFAS, Ronaldo; FARIA, Sheila; FERREIRA, Jorge; SANTOS, Georgina. História Volume único, São Paulo:Saraiva, 2010, p.49

[3] CASTELNUOVO, Enrico. O artista. In: LE GOFF, Jacques. O homem medieval, Lisboa: Editorial Presença, 1989, p.145

[4] https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rmores_de_Elgin

[5] https://www.bbc.com/portuguese/geral-59673475



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