Anna Goldfarb e
Márcia Ferraz encontram nos arquivos da Royal Society uma correspondência de
1675 endereçada a Henri Oldenbrug vinda de Augustin Boutens um apotecário e
alquimista, com amostra de Ludus com o qual se poderia obter o alkahest (solvente
universal)[1] e que poderia ser usado na dissolução de cálculos urinários. Paraceslo se refere
ao alkahest como um medicamento particular para o fígado e Van Helmont usa a
mesma palavra para um líquido capaz de dissolver qualquer substância.[2] As pesquisadoras mostram que cientistas como Newton e Boyle, mesmo após a
aceitação das teses mecanicistas, ainda estavam interessados em tema
relacionados com o hermetismo tais como a transmutação e a busca do pó da
simpatia, o alkahest, assim como fórmulas magistrais com fins medicinais. O
próprio Oldenburg relata expriências alquímicas com o alkahest.[3] Para os alquimistas o alkahest era o solvente dos solventes, capaz de decompor
a matéria em seus constituintes elementares e,além disso,poderia ser recuperado
intacto depois de qualquer processo de dissolução.[4] Fulcanelli[5] explica o porque deste solvente universal ser conhecido nos textos alquímicos
como leão verde: “não tanto porque possua coloração verde mas porque não
adquiriu os caracteres minerais que distinguem quimicamente o estado adulto do
estado do que nasce. É um fruto verde e amargo, comparado com o fruto vermelho
e maduro. É a juventude metálica sobre a qual a Evolução não atuou, mas que
contém o germe latente de uma real energia,chamada mais tarde a desenvolver-se.
São o arsênico e o chumbo, em relação à prata e ao ouro. É a imperfeição atual
de que sairá a maior perfeição futura; o rudimento do nosso embrião, o embrião
da nossa pedra, a pedra do nosso Elixir. Certos adeptos, Basile Valentin entre
eles, chamaram-lhe Vitríolo verde, para expressar a sua natureza cálida,
ardente e salina; outros, Esmeralda dos Filósofos, Orvalho de Maio, Erva
saturniana, Pedra vegetal etc. “A nossa água toma os nomes das folhas de todas
as árvores, das próprias árvores e de tudo o que apresenta uma cor verde, a fim
de enganar os insensatos”, diz Mestre Arnaud de Villeneuve”.
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