A catedral de Chartres em estilo gótico clássico teve sua construção iniciada em 1145 e reinaugurada em 1220 após um grande incêndio, com formação em cruz formada pela nave central, os dois tranceptos e abside no altar.[1] Arnold Toynbee observa que o estilo gótico teve inspiração oriental. William Anderson e Jean Bonney defende a mesma tese.[2] Henridk van der Loon mostra que o gótico, a arte das linhas perpendiculares, segue a tendência para o obelisco, a agulha, a cúspide: “a arquitetura gótica foi o resultado lógico de aspiração a mais luz e a mais espaço. Todavia a arte do período que denominado a era do gótico representou na realidade um esforço no sentido de criar um lindo conto de fadas, na penumbra turva dum ambiente demasiado brutal, para ser suportado sem um refúgio espiritual menos triste”.[3] A Igreja de São Marcos reconstruída em 1071 teve como modelo a igreja dos Santos Apóstolos em Constantinopla[4] construída por artesãos bizantinos.[5] Para Will Durant: “o estilo gótico, estaticamente vertical, refletia uma religião que descrevia a nossa vida terrena como sendo um exílio para a alma e depositava nos céus, as suas esperanças em Deus”.[6] O impulso em altura, traço conhecido como verticalidade e a decoração abundante em estilo naturalista com cenas bíblicas em oposição a estilização e esquemas geométricos, marcam o estilo gótico.[7] Segundo Fulcanelli destaca que a planta de uma catedral gótica é demarcada pela formação em cruz romana orientada a ocidente: “Todas as igrejas têm a sua ábside virada para sudeste e a sua fachada para noroeste, enquanto os transeptos, formando os braços da cruz, estão orientados do nordeste para o sudoeste. Trata-se de uma orientação invariável, de tal maneira que fiéis e profanos, entrando no templo pelo Ocidente, caminhem em direção ao santuário, a face voltada para o lado onde o sol se ergue, na direção do Oriente, a Palestina, berço do Cristianismo. Saem das trevas e dirigem-se para a luz”.[8]
[1] BURNS, Edward McNall.
História da civilização ocidental, Rio de Janeiro:Ed. Globo, 1959, p.387
[2] MURPHY, Tim Wallace. O
código secreto das catedrais. São Paulo:Pensamento, 2007, p. 122
[3] LOON, Hendrick van. As
artes. Porto Alegre:Edição da Livraria do Globo, 1941, p. 196, 301
[4] TOYNBEE, Arnold. A
humanidade e a mãe terra, Rio de Janeiro:Zahar, 1976, p.561
[5] DURANT, Will. História
da Civilização, A idade da fé, tomo II, São Paulo:Cia Editora Nacional, 1957,
p.240
[6] DURANT, Will. História da
civilização, 5ª parte, A Renascença, tomo 3°, São Paulo:Cia Editora Nacional,
1957, p.324
[7] ASLAN, Nicola. A
maçonaria operativa, Rio de Janeiro: Aurora, 1979, p. 66
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