Nas paredes da pirâmide de Pepi II mostra o zelo com a preservação do nome: “Ó Grande Companhia dos deuses que habitam em Annu (Heliópolis), conceda que Pepi Nefer-ka-Râ possa florescer (literalmente 'germinar'), e que sua pirâmide, seu edifício eterno, possa florescer, assim como o nome de Temu, o chefe dos nove deuses, floresce. Se o nome de Shu, o senhor do santuário superior em Annu, florescer, então o nome de Pepi florescerá, e sua pirâmide, seu edifício eterno, florescerá!”.[1] Segundo Lefebvre: “o nome de uma pessoa ou coisa, para os egípcios, é uma representação efetiva da mesma, e desta forma, torna-se o objeto em si numa forma menos substancial e mais adaptada, que é mais suscetível de um tratamento intelectual; em resumo, o nome forma um substituto mental. O nome, que nós consideramos como uma imagem do objeto em questão, parece consequentemente ser um elemento essencial ou projeção do mesmo, na mesma relação natural deste, tal como uma sombra ou reflexo”.[2] O medo de ter seu nome apagado dos registros da história por algum adversário era grande entre os egípcios pois sem tais registros, sua identidade desapareceria, você deixaria de existir no pós vida. Com isso foram desenvolvidos métodos para prevenir que tal ocorresse o que incluía rogar pragas contra qualquer um que danificasse ou removesse o nome do indivíduo. O método com o qual faziam os hieróglifos em si, foram modificados de modo a dificultar o apagamento. Ao invés de serem talhados em relevo ou entalhados, em um caso, no túmulo de Nefermaat, o individuo talhou seus hieróglifos em incruste e ele diz em seu túmulo: “Eu fiz isto em escrita que não pode ser destruída." Outra forma de proteger o nome é escreve-lo em cifras, como no túmulo de Tutancâmon. O nome era importante, não só para a realeza e cidadãos privados, mas também para as divindades. Os nomes de Rá são secretos e sua filha Ísis consegue descobri-los.[3] A técnicas de relevo afundado ocorrem em geral em superfícies externas, enquanto o relevo saliente aparece dentro de espaços interiores. As figuras mostram o indivíduo de pé em que o mais importante é o mais alto, como é o caso no túmulo de Kapure quando ele é mostrado com seu filho, que é bem pequeno.[4]
[1] BUDGE, E. A. Wallis; Bauer
Books. Egyptian Magic (Illustrated Edition) (Timeless Classics Collection) (p.
84). Edição do Kindle. https://www.sacred-texts.com/egy/ema/ema07.htm#fn_104
[2] CONTENAU, Georges. Everyday
life in Babylon and Assyria, London: Edward Arnold Pub, 1954, p.161
[3] SILVERMAN, David. Introduction to Ancient Egypt and Its
Civilization, Semana 6, Mummies and mummification Part 4, 2021 https://www.coursera.org/learn/introancientegypt/
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