Entre os cabalistas judeus do
século XII e os hassidim primitivos também há relatos da possibilidade de se
dar vida ao golem, um homem de tamanho reduzido produzido por poder mágico
humano, resultado de um ritual de magia previsto em algumas versões apócrifas do
Sefer Ietzirá.[1] O
Zohar descreve esse conhecimento de magia demonizada como tendo origem nas
folhas da árvore do conhecimento e da morte do Gênesis. Eleazar de Worms no
século XII comenta estas passagens que se encontram algumas das versões do
Sefer Ietzirá. Uma versão do aluno de Rabi Iudá, o pio, no século XIII se
refere ao golem feito por Bem Sira, tendo sido o mesmo detstruído pela inversão reversão da combinação mágica
das letras do nome pelo qual foi chamado á vida. Entre os cabalistas do
Languedoc no século XIII Iahudá bem Batura registra o diálogo do profeta
Jeremias diante de Deus ao meditar sobre o Sefer Ietzirá e criar um
golem depois de estudas os princípios cabalísticos de combinação, agrupamento e
formação de palavras com o tetragrama sagrado formando Yhwh Elohim Emet
(Deus é verdade). Mas este homem tinha uma faca na mão e com ela raspou
a letra alef da palavra emet, restou apenas met. Então Jeremias
rasgou suas vestes como protesto contra a blasfêmia. O golem explicou que assim
o fez para que não pensassem que Jeremias era Deus conduzindo o povo ao
politeísmo, e o orientou a escrever os alfabetos de trás para frente sobre a
terra para que meditasse ao contrário. E assim foi feito e o homem (golem) se
transformou em pó. Jeremias conclui: “na verdade dever-se-ia estudar estas
coisas só com o propósito de conhecer o poderio e a onipotência de Deus, mas
não com o propósito de praticá-las”. A rejeição do judaísmo ao golem explica
sua rejeição as imagens de culto pois de fato poderiam ser consideradas como
uma espécie de golem animado. No Zohar a estátua do rei Nabucodonosor em Daniel
3 despertou para vida. O cabalista Abraão Abulafia descreve o ritual: “depois
toma um vasilhame cheio de água pura e uma colher pequena e enche-o de terra,
mas ele deve conhecer exatamente o peso da terra, antes que comece a mexê-la, e
deve saber a medida exata da colher com a qual medirá (mas esta informação não
é ministrada por escrito). Depois de enchê-lo, deve esparramá-la e soprá-la
sobre a água. Enquanto assopra a primeira colher cheia de terra, deve pronunciar
uma consoante do Nome, em voz alta, e pronunciando-a de um só fôlego, até que
não consiga assoprar mais. Ao fazer isso, seu rosto deve estar virado para
baixo. E assim, começando com as combinações que constituem as partes da
cabeça, deve formar todos os membros, numa determinada sequência, até emrgir
uma figura (o golem)”. Para Gershom Scholem este vasilhame na verdade é uma
retorta de alquimia. O processo criativo expõe o seu criador a risco de vida,
de modo que errs na execução das instruções
não prejudicam o golem, mas destroem o criador. Tais golems contudo não
são dotados de falaBahia bem Ascher em 1291 se refer ao golem criado por Rava
como dotado de uma “alma motora mas não a alma racional que é a origem da
fala”. No Toldot Ieschu, texto hebraico da baixa Idade Média, Jesus
provou sua pretensão de ser o filho de Deus fazendo pássaros de barro e depois
pronunciando sobre estes o nome de Deus, depois do que eles adquiriram vida e
levantaram vôo. Em 1530 Meis ibn Gabai nota que um homem magicamente produzido
é mudo, não dispondo de alma espiritual ruach, mas tendo alma em um grau
inferior a nefresch pois é capaz de movimentar-se. Trata-se de uma criatura
telúrica, animada por magia, que pertence ao domínio das forças elementares.No
século XVI Iossef Ascquenazi afirma: “achamos que um homem é caáz de fazer
um golem, que recebe uma alma animal por força da sua (e.. do mestre) palavra,
mas dar-lhe uma alma de verdade não está no poder do homem, pois vem da palavra
de Deus”. Alberto Magno construiu um autômato chamado Androide que se movia
e pronunciava algumas palavras, mas que acabou despedaçado por Tomás de Aquino.
Paracelso construiu figuras de argila e cera que denominava homúnculos, Tendo
por matéria prima outros elementos como exterco de cavalo, urina, esperma e
sangue, segundo Jacoby. Ao fim de quarenta dias o homúnculo começava a se
desenvolver a partir da putrefação dessa matéria bruta. Homúnculos semelhantes
são relatados como tendo sido construídos a partir da matéria inanimada por
Arnaldo de Villanova.[2] Outro alquimista que tentou criar homúnculos foi Johanned Konrad Dippel. Quando
em 1677 Leeuwenhoek e Luiz Hamm usando um microscópio consegue visualizar um
espermatozóide pensaram que ele tinha uma miniatura de humano dentro
(homúnculo) que se desenvolvia quando depositado nos órgãos sexuais femininos.
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