No final do século XIII, uma tradição diferente surgiu com base nos escritos de Abraham ben David e seu filho Isaac Nahor alegando que os fundamentos e segredos da Cabalá / kabbalah foram escondidos no texto bíblico e revelados apenas aos cabalistas pelo profeta Elias. As tradições relativas ao livro dado a Adão (Genesis 5.1) aparecem no Talmud e no Palestino midrashim e formam uma tradição cabalista castilha segundo a qual um conhecimento esotérico foi transmitido a Adão. Uma outra tradição defende que Abraão foi herdeiro de uma tradição judaica, mas também de tradições herméticas estrangeiras. Gershom Scholem mostra que nesta perspectiva de cabalistas como Moisés de Leon, o neoplatônico Bahya bem Asher (1255-1340), Maimônides e Joseph Gicatila do século XIII a Torá admite quatro tipos de interpretação que remetem ao termos “pardes”: a peschat (P) o sentido literal e exterior da Torá, a remez (R) o sentido homilético, da retórica, a derasch (D) a interpretação filosófica alegórica talmúdica e a sod (S) o sentido secreto místico.[1] Esta perspectiva mística busca se chegar ao cerne do texto após romper a casca do sentido literal numa analogia com uma noz, em que cada nível possui um significado mais profundo que o anterior, uma analogia presente no Midrasch há Neelam[2]. O Cañtico dos Cânticos 6:1 manifesta este entendimento quando se refere ao rei Salomão ter entrado “no jardim das nozes”.[3] Para conhecer este significado será fundamento estabelecer a ordem correta das palavras. Jo 28:13 se refere a sabedoria como “O homem não lhe conhece o valor (erech); não se acha na terra dos viventes”. O termo hebraico erech se refere a valor, mérito; grau (gramática); relação (matemática); ordem.[4]
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