Agripa em seu livro De oculta philosophia também se refere as estátuas egípcias
falantes animadas pelos poderes celestes[1]. O papiro
de Harris da XX Dinastia traduzido em 1860 por François Chabas se refere uma
estela votiva em que na décima oitava linha se encontra as fórmulas relativas a
aquiescência do deus Chons manifestada por um movimento comunicado à sua
estátua. Enquanto Chabas traduzia a palavra “han” como movimento ou o sinal
feito pela estátua, De Rougé entendia como “favor” ou “graça”. Psellus
se refere a estátuas que proporcionavam a saúde, que riam, bem como lâmpadas
que acendiam espontaneamente.[2] Os
egípcios acreditavam nos poderes de tais estátuas como mostra o papiro Lee
relata a condenação à morte de conspiradores contra o faraó Ramses III (1194-1163
a.c.) que usavam imagens de cera de deuses para ferir a imagem do faraó tal como
em bonecos de voodoo, e que ficou conhecido como Conspiração Harem. No ritual
egípcio “a abertura da boca” os sacerdotes eram capazes, segundo se
acreditava, de animar as estátuas mediante a recitação de certos encantamentos
e fazê-las falar e sorrir[3] O livro
dos mortos descreve o ritual: “Minha boca é aberta por Ptah, As amarras da
minha boca são soltas pelo meu deus da cidade. Thoth veio totalmente equipado
com feitiços, Ele solta as amarras de Seth da minha boca. Atum me deu minhas
mãos, Eles são colocados como guardiões”[4]
[1] YATES, Frances. A arte
da memória. São Paulo:Unicamp, 2007, p.201, 360
[2] BLAVATSKY, Helena. Doutrina Secreta. v. V, Ciência, religião e filosofia, São
Paulo: Pensamento, 2017, p.244
[3] LUCK, Georg. Arcana Mundi: magic and the occult in the Greek and roman worlds,
Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2006, p.14
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