domingo, 17 de julho de 2022

Estatuas falantes Egito

 

Agripa em seu livro De oculta philosophia também se refere as estátuas egípcias falantes animadas pelos poderes celestes[1]. O papiro de Harris da XX Dinastia traduzido em 1860 por François Chabas se refere uma estela votiva em que na décima oitava linha se encontra as fórmulas relativas a aquiescência do deus Chons manifestada por um movimento comunicado à sua estátua. Enquanto Chabas traduzia a palavra “han” como movimento ou o sinal feito pela estátua, De Rougé entendia como “favor” ou “graça”. Psellus se refere a estátuas que proporcionavam a saúde, que riam, bem como lâmpadas que acendiam espontaneamente.[2] Os egípcios acreditavam nos poderes de tais estátuas como mostra o papiro Lee relata a condenação à morte de conspiradores contra o faraó Ramses III (1194-1163 a.c.) que usavam imagens de cera de deuses para ferir a imagem do faraó tal como em bonecos de voodoo, e que ficou conhecido como Conspiração Harem. No ritual egípcio “a abertura da boca” os sacerdotes eram capazes, segundo se acreditava, de animar as estátuas mediante a recitação de certos encantamentos e fazê-las falar e sorrir[3] O livro dos mortos descreve o ritual: “Minha boca é aberta por Ptah, As amarras da minha boca são soltas pelo meu deus da cidade. Thoth veio totalmente equipado com feitiços, Ele solta as amarras de Seth da minha boca. Atum me deu minhas mãos, Eles são colocados como guardiões”[4]

[1] YATES, Frances. A arte da memória. São Paulo:Unicamp, 2007, p.201, 360

[2] BLAVATSKY, Helena. Doutrina Secreta. v. V, Ciência, religião e filosofia, São Paulo: Pensamento, 2017, p.244

[3] LUCK, Georg. Arcana Mundi: magic and the occult in the Greek and roman worlds, Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2006, p.14

[4] https://en.wikipedia.org/wiki/Opening_of_the_mouth_ceremony



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