Hans Jones levanta a possibilidade de conexão do gnosticismo com as origens da Cabala judaica embora não esteja certo de quem teria a causa ou efeito.[1] Giovanni Filoramo mostra que os textos de Nag Hammadi confirmaram a influência do judaísmo no gnosticismo, ainda que o gnosticismo tenha se formado em um ambiente de violenta rejeição ao judaísmo. Ademais a radical rejeição do gnosticismo ao mundo material está ausente dos textos judeus da época. Mesmo após a destruição do templo a judaísmo continuou acreditar que ele seria reerguido e esta esperança alimentou a persistência na confiança na lei judaica, o que distanciaria da perspectiva gnóstica de rejeição ao mundo material.[2] Entre os gnósticos marcosianos havia a predileção pela especulação aritmética e pelo misticismo numérico, difundido na cultura contemporânea, que os Marcosianos utilizaram para reinterpretar os mistérios do mundo pleromático. No apocalipse de Paulo é tratado da jornada de Paulo pelos dez ceus desenvolvendo o conceito de terceiro ceu em 2 Cor 12:2-4.[3] O dez remete ao conceito de perfeição em Pitágoras. Este misticismo aritmético aproxima os gnósticos dos cabalistas. Papus identifica notáveis semelhanças da cabala com o gnosticismo, mas considera que este não pode ser a origem da cabala que remeteria a um período muito anterior, trazida ao povo judeu pelos caldeus ao tempo de Daniel e Esdras. Entre os israelitas anteriores à dispersão da dez tribos não judaicas, a cabala veio dos egípcios trazia por Moisés[4]
[1] JONAS, Hans. The gnostic religion :
the message of the alien God and the beginnings of Christianity, Boston :
Beacon Press, 1970, p. 33 https://archive.org/details/gnosticreligiont00jona/page/n9/mode/2up
[2] FILORAMO, Giovanni. A history of
gnosticism, Oxford:Basil Blackwell, 1990, p.146 https://archive.org/details/historyofgnostic0000filo/page/n7/mode/2up
[3] FILORAMO, Giovanni. A history of
gnosticism, Oxford:Basil Blackwell, 1990, 1968
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