sábado, 16 de julho de 2022

A grande esfinge de Gizé

 

Edwards considera a grande esfinge afrente da pirâmide como uma representação de Khefren sob o aspecto de deus sol[1]. A pirâmide do faraó Sahue  da V Dinastia (2430 a.c.) mostra um baixo relevo do templo em que o rei é representado  por uma esfinge derrubando seus inimigos, o que sugere que o rosto desenhado na esfinge diante da pirâmide em Hizé não é a representação do deus Sol, a do rei Quéfrem[2], muito embora alguns críticos como John West e Mark Lehner considerem tal identificação frágil.[3] Uma estela encontrada próxima a Esfinge tem inscrito o nome de Quéfren mas não está claro se refere a construção ou alguma restauração feita pelo faraó. Uma inscrição na pirâmide de Quéops mostra que o fará fez reformas na Esfinge, sendo que Quéops foi o antecessor de Quefren, logo, isso provaria que a Esfinge existia antes do reinado de Quéfren, mas ainda assim dentro da Quarta Dinastia pois plenamente integrada ao conjunto arquitetônico de Gizé. James Breasted se refere a esfinge datada do reino de Quefren / Khafra (2520-2494 a.c.). [4] Para John West a Esfinge apresenta marcas onduladas de erosão que não poderiam ter sido feitas pelo vento, mas apenas pela água, possivelmnete numa época em que estava sob as águas, possivelmente o dilúvio de Noé, ou quando do derretimento das calotas  no último período glacial em 9000 a.c. O geólogo Robert Schoch alegou que as marcas poderiam ter sido causadas por chuvas torrenciais com marcas que não se encontram em outros momenumentos próximo, o que de fato deve possivelmente estar relacionada a uma construção anterior a data usual da Esfinge. A tese proposta em 1995 pelo jornalista Graham Hancock[5] e Adrian Gilbert e Robert Bauval no seu livro The Orion Mistery [6] de 1994 de que a Grande Esfinge foi construída por volta de 10.500 a.c, e sua forma de leão seria uma referência definitiva à constelação de Leão, apesar de apoiada por autores como John Anthony West não encontra qualquer respaldo arqueológico nem consegue explicar como no intervalo de 10 mil a.c. a 3 mil. a.c nenhuma outra construção egípcia foi encontrada. O primeiro registro de zodíaco no Egito Antigo ocorre apenas em 200 a.c. no teto do templo de Dendera, e não há qualquer evidência de que os egípcios conhecessem tais constelações em 10 mil a.c. [7] O próprio John West reconhece que “o grande problema de tudo isso é o processo de transmissão: como exatamente foi transmitido o conhecimento, durante milhares e milhares de anos entre a construção da Esfinge e o florescimento do Egito dinástico ? Teoricamente, fica-se um pouco limitado, não é mesmo, com esse vasto período durante o qual o conhecimento precisou ser transmitido. È difícil resolver”.  



[1] EDWARDS, J. As pirâmides do Egito, Rio de Janeiro:Record, 1985, p.122

[2] LISSNER, Ivar. Assim viviam nossos antepassados, Belo Horizonte, Itatiaia, 1968, p. 51

[3] JAMES, Peter; THORPE, Nick. O livro de ouro dos mistérios da antiguidade, Rio de Janeiro: Ediouro, 2002, p. 202

[4] BREASTED, James. A History of Egypt  from the Earliest Times to the Persian Conquest (Illustrated) p. 53. Didactic Press. Edição do Kindle

[5] JAMES, Peter; THORPE, Nick. O livro de ouro dos mistérios da antiguidade, Rio de Janeiro: Ediouro, 2002, p. 73

[6] JAMES, Peter; THORPE, Nick. O livro de ouro dos mistérios da antiguidade, Rio de Janeiro: Ediouro, 2002, p. 196

[7] JAMES, Peter; THORPE, Nick. O livro de ouro dos mistérios da antiguidade, Rio de Janeiro: Ediouro, 2002, p. 213



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