De 1144 com a reforma do abade Suger na catedral de
Saint-Denis a 1240 há um vertiginoso desenvolvimento das técnicas de construção
de catedrais francesas,[1] com os
vitrais e do arco gótico, pontiagudo e elevado, em oposição aos arcos
semicirculares de origem romana. Suger estava convencido de que todo o luxo do
mundo deveria ser usado para realçar a pompa das liturgias.[2] Para
Georges Duby: “Suger era monge mas punha o monaquismo a serviço daquilo que
se encontrava então em plena adolescência, o Estado, o Estado monárquico”.[3] Suger
tomou como guia a Teologia Mística de Dionísio Aeropagita cujas relíquias eram
conservadas no mosteiro de Saint Denis. Segundo Dionísio o divino era o foco de
onde irradia todo o fervor religioso de modo que os vitrais deveriam remeter a
essa resplandescência por meio da luz[4]. A
construção da catedral de Saint Denis é detalhada em dois volumes escritos por
Suger: “A estrutura do edifício é apoiada em doze colunas no meio do coro
que correspondem aos doze apóstolos do Novo Testamento. As naves laterais tem o
mesmo número de colunas, representando o número de profetas, conforme descritos
pelo apóstolo, que construía para o espírito: <De agora em diante não sois mais
estranhos e forasteiros, mas cidadãos iguais aos santos e pertencentes à casa
de Deus> [referência ao apóstolo Paulo em Efésios 2:19]”. Suger mandou
escrever uma inscrição que se revela como o construtor da obra: “Fui eu
Suger que fiz esta igreja ser ampliada em meu tempo, quando de minha supervisão”[5]
[1] Scientific American, A
ciência na idade Média, Ed. Duetto, Portugal,
[2] DUBY, Georges. História
artística da Europa: Idade Média, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997, p. 58
[3] DUBY,
George. A Europa na Idade Média, São Paulo: Martins Fontes, 1988, p.48
[4] DUBY, Georges. História
artística da Europa: Idade Média, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997, p. 84
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