quinta-feira, 16 de junho de 2022

Suger e a construção da catedral de Saint Denis

 

De 1144 com a reforma do abade Suger na catedral de Saint-Denis a 1240 há um vertiginoso desenvolvimento das técnicas de construção de catedrais francesas,[1] com os vitrais e do arco gótico, pontiagudo e elevado, em oposição aos arcos semicirculares de origem romana. Suger estava convencido de que todo o luxo do mundo deveria ser usado para realçar a pompa das liturgias.[2] Para Georges Duby: “Suger era monge mas punha o monaquismo a serviço daquilo que se encontrava então em plena adolescência, o Estado, o Estado monárquico”.[3] Suger tomou como guia a Teologia Mística de Dionísio Aeropagita cujas relíquias eram conservadas no mosteiro de Saint Denis. Segundo Dionísio o divino era o foco de onde irradia todo o fervor religioso de modo que os vitrais deveriam remeter a essa resplandescência por meio da luz[4]. A construção da catedral de Saint Denis é detalhada em dois volumes escritos por Suger: “A estrutura do edifício é apoiada em doze colunas no meio do coro que correspondem aos doze apóstolos do Novo Testamento. As naves laterais tem o mesmo número de colunas, representando o número de profetas, conforme descritos pelo apóstolo, que construía para o espírito: <De agora em diante não sois mais estranhos e forasteiros, mas cidadãos iguais aos santos e pertencentes à casa de Deus> [referência ao apóstolo Paulo em Efésios 2:19]”. Suger mandou escrever uma inscrição que se revela como o construtor da obra: “Fui eu Suger que fiz esta igreja ser ampliada em meu tempo, quando de minha supervisão”[5]

[1] Scientific American, A ciência na idade Média, Ed. Duetto, Portugal,

[2] DUBY, Georges. História artística da Europa: Idade Média, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997, p. 58

[3] DUBY, George. A Europa na Idade Média, São Paulo: Martins Fontes, 1988, p.48

[4] DUBY, Georges. História artística da Europa: Idade Média, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997, p. 84

[5] READER’S DIGEST. Os últimos mistérios do mundo, Rio de Janeiro, 2003, p. 73



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