No
século VII a.c Nabucodonosor construiu os chamados jardins suspensos da
Babilônia que eram mantidos úmido por dispositivos semelhantes ao parafuso de
Arquimedes (que apareceria setecentos anos depois) movimentados por escravos e
que puxavam para cima a água do Eufrates.[1] Sprague de Camp observa que o termo “suspensos” parece equivocado pois dá a
impressão de que os jardins sejam suspensos por algum tipo de correia o que não
é o caso[2].
M. Drower sugere que os jardins ditos suspensos
foram possivelmente construídos sobre uma adega abobadada na qual havia
um poço, operado possivelmente por uma corrente de baldes ou roda d'água que
irrigava o jardim. O teto desta adega era revestimento de betume para ser à
prova dágua, acima do qual eram plantadas árvores.[3] O uso de betume para vedação de embarcações é mencionado no relato do Gilgamesh,
bem como na epopeia do Atrahasis ou na narrativa conhecida como “Tablete da
arca”, no relato de Beroso mencionado por Josefo (Ant. 1:3), assim como no
relato do Genesis sobre a arca de Noé.[4] Segundo o relato de Josefo: “Agora todos os escritores de Histórias Bárbaras
fazem menção deste dilúvio e desta Arca: entre os quais está Berosus, o caldeu.
Pois quando ele está descrevendo as circunstâncias do dilúvio, ele continua
assim: “Dizem que ainda há alguma parte deste navio na Armênia, na montanha dos
Cordeus; e que algumas pessoas carregam pedaços do betume: que eles tiram e
usam principalmente como amuletos, para evitar danos. Hieronymus o egípcio
também, que escreveu as Antiguidades Fenícias; e Manaseas, e muitos outros fazem
menção ao mesmo. Nicolau de Damasco, em seu nonagésimo sexto livro, tem uma
relação particular sobre eles: onde ele fala assim: “Há uma grande montanha na
Armênia, sobre Minyas, chamada Baris: sobre a qual é relatado que muitos que
fugiram na época do dilúvio foram salvos: e aquele que foi carregado em uma
arca, desembarcou no topo dela; e que os restos da madeira foram preservados
por muito tempo: este pode ser o homem sobre quem Moisés, o legislador dos
judeus, escreveu”[5].
[1] TERESI, Dick.
Descobertas perdidas, São Paulo:Cia das Letras, 2008, p.318
[2] CAMP, L. Sprague de. The ancient engineers, New York: Ballantine Books,
1963, p. 68
[3] DROWER, M. Water supply, irrigation and agriculture, In: SINGER,
Charles; HOLMYARD, E. A history of technology, v.I, Oxford, 1956, p.551
[4] PRICE, Randall. Manual de arqueologia bíblica Thomas Nelson, Rio de Janeiro:
Thomas Nelson, 2020, p.64
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