O nome de Rá é
escrito como um círculo com um ponto no centro simbolizando o todo e o nada, e
em textos antigos Rá é representado com o desenho de um olho.[1] O olho
de Hórus pintado nos ataúdes permitia que o falecido tivesse contato com o
mundo dos vivos cujas oferendas garantiam a alimentação necessária para a vida
eterna.[2] Horus
perdeu o olho em luta contra Seth o invejoso irmão de Osíris. Quando Seth
lançou o olho ao longe fez-se trevas, que somente foram desfeitas com a
recomposição do olho por Thoth de modo que a lua cheia significa que está tudo
bem. A recuperação do olho é tanto a criação da lua quato o símbolo de seu
desaparecimento mensal[3]. Coube a
Thoth recuperar o olho e devolvê-lo a Hórus. Os símbolos egípcios para as
frações 1/2, 1/4, 1/8, 1/16, 1/32 e 1/64
são usados no mito do olho de Horus[4], em que
cada parte do olho, íris, pupila, supercílio, representa uma fração de tal modo
que a soma destas frações resulta 63/64, de modo que o 1/64 faltante foi
fornecido magicamente por Toth quando conseguiu encontrar e juntar o olho
despedaçado[5].
O signo do olho em escrita hieroglífica significa “fazer, criar”[6]. O termo
wedjat significa “saudável”, “inteiro” pelo fato do olho ter sido tratado e
reconstituído depois da batalha.[7] O
amuleto do olho de Hórus ou utchat[8] deve ser
feito de lápis lazúli ou pedra mak, segundo o Livro dos Mortos. Nos textos
religiosos a expressão meh Utchat significa “preenchido com o Utchat” como se
referindo preenchido com a força do sol.
[1] WEST, John Anthony. The traveler’s key to ancient Egypt, New
York:Quest, 2012, p. 66
[2] TIRADRITTI, Francesco.
Tesouros do Egito do Museu egípcio do Cairo, White Star Pub, 1998, p.126
[3] CLARK, Rundle. Símbolos
e mitos do Antigo Egito, São Paulo:Hemus, (s.d.), p.228, 270
[4] MOKHTAR, Gamal.
História geral da África, II: África antiga, Brasília : UNESCO, 2010, p.140;
LAMY, Lucien. Mistérios egípcios, Madri:Prado, 1996, p.16
[5] TATON, René. A ciência
antiga e medieval, São Paulo:Difusão, 1959, tomo I, v.I, p. 37; WEST, John
Anthony. The traveler’s key to ancient Egypt, New York:Quest,
2012, p. 82; CLARK, Rundle. Símbolos e mitos do Antigo Egito, São Paulo:Hemus, (s.d.),
p.222; STEWART, Ian. O fantástico mundo dos números, Rio de Janeiro:Zahar, 2016
[6] JACQ, Christian. O
mundo mágico do antigo Egito, Rio de Janeiro:Bertrand do Brasil, 2001, p.62,
150
[7] TIRADRITTI, Francesco.
Tesouros do Egito do Museu egípcio do Cairo, White Star Pub, 1998, p.240
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