domingo, 19 de junho de 2022

Astronomia na Babilônia

 

Tábuas completas de eclipses da lua remontam ao reinado de Nabonassar (747 a.c) e foram usadas por Ptolomeu.[1] Anotações sistemáticas eram realizadas por volta de 500 a.c. pelos babilônios de modo a prever os movimentos da lua e a ocorrência de eclipses. Dampier se refere a Sarton quando atribui a Uruk, Sipar e Babilônia  com Borsipa o crédito de origem da astronomia científica no século VI a.c. com os cálculos de eclipses da lua.[2] Neugebauer observa que as observações de eclipses não se explicam pela fato dos céus serem mis estrelados no tempo dos babilônios uma vez que outras culturas da mesma época não atingiram grau de desenvolvimento similar, mas pelo fato de que as tempestades do deserto frequentemente obscureciam o horizonte o que comprometia as medições de ascensão da lua e do sol no horizonte o que leva a  se concentrar nos eclipses onde não haveria esse problema atmosférico de observação.[3] O Enuma Anu Emil é conjunto de 70 tabuletas com observações astronômicas e presságios (omen)[4]. Para escapar do infortúnio em seus reinados os soberanos escolhiam um substituto que era assassinado quando do eclipse para que o rei posteriormente pudesse recuperar seu trono[5]. Desta forma havia um elemento de autorrealização nos presságios. Otto Neugebauer mostra que nos arquivos de Uruk encontramos referências aos astrólogos da família de Ekur zakir [6] sacerdote de Anu e Antu do santuário de Resh e da família de Sin leq unnini [7] escriba de Enuma Anu Enlil, sacerdote de Anu e Antu de Uruk.[8] Lancelot Hogben observa que os povos que observam os eclipses sabiam que a terra era redonda devido a observação da borda circular da sombra da terra durante um eclipse da lua.[9] Gaston Maspero observa que não era preciso muita experiência para perceber que a grande maioria dos eclipses solares era seguida de quatorze dias de um eclipse lunar. Gaston Maspero observa que os erros de previsões de eclipses eram comuns como o registrado no tempo de Assurbanipal que usavam relógios solares bem como clepsidras. Smith encontrou um pedaço de astrolábio no palácio de Senaqueribe em Koyunjik hoje no Brittish Museum[10] (figura).



[1] TATON, René. A ciência antiga e medieval: as ciências antigas do Oriente, tomo I, livro 1, São Paulo:Difusão Europeia, 1959, p. 131; NEUGEBAUER, The exact sciences in antiquity, New York: Dover, 2019, p.98

[2] DAMPIER, William. A history of science and its relations with philosophy and religion, Cambridge Univ. Press, 1929, p.3

[3] NEUGEBAUER, The exact sciences in antiquity, New York: Dover, 2019, p.98

[4] NEUGEBAUER, The exact sciences in antiquity, New York: Dover, 2019, p.101

[5] ROAF, Michael. Mesopotãmia v.I, Lisboa:Ed. Del Prado, 1996, p. 122

[6] https://nabucco.arts.kuleuven.be/uruk_archives_ekur_zakir_profile

[7] https://nabucco.arts.kuleuven.be/uruk_archives_sin_leqe_uninni

[8] NEUGEBAUER, The exact sciences in antiquity, New York: Dover, 2019, p.136

[9] HOGBEN, Lancelot. Las matemáticas al alcance de todos. Joaquín Gil: Buenos Aires, 1943, p. 199

[10] MASPERO, Gaston. History Of Egypt, Chaldæa, Syria, Babylonia, and Assyria, v. 3, London:Grolier Society, 1896. http://www.gutenberg.org/files/17323/17323-h/17323-h.htm



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