Tábuas completas de eclipses da lua remontam ao
reinado de Nabonassar (747 a.c) e foram usadas por Ptolomeu.[1] Anotações sistemáticas eram realizadas por volta de 500 a.c. pelos babilônios
de modo a prever os movimentos da lua e a ocorrência de eclipses. Dampier se
refere a Sarton quando atribui a Uruk, Sipar e Babilônia com Borsipa o crédito de origem da astronomia
científica no século VI a.c. com os cálculos de eclipses da lua.[2] Neugebauer observa que as observações de eclipses não se explicam pela fato dos
céus serem mis estrelados no tempo dos babilônios uma vez que outras culturas
da mesma época não atingiram grau de desenvolvimento similar, mas pelo fato de
que as tempestades do deserto frequentemente obscureciam o horizonte o que
comprometia as medições de ascensão da lua e do sol no horizonte o que leva
a se concentrar nos eclipses onde não
haveria esse problema atmosférico de observação.[3] O Enuma Anu Emil é conjunto de 70 tabuletas com observações astronômicas e
presságios (omen)[4]. Para
escapar do infortúnio em seus reinados os soberanos escolhiam um substituto que
era assassinado quando do eclipse para que o rei posteriormente pudesse
recuperar seu trono[5]. Desta
forma havia um elemento de autorrealização nos presságios. Otto Neugebauer
mostra que nos arquivos de Uruk encontramos referências aos astrólogos da
família de Ekur zakir [6] sacerdote
de Anu e Antu do santuário de Resh e da família de Sin leq unnini [7] escriba
de Enuma Anu Enlil, sacerdote de Anu e Antu de Uruk.[8] Lancelot Hogben observa que os povos que observam os eclipses sabiam que a
terra era redonda devido a observação da borda circular da sombra da terra
durante um eclipse da lua.[9] Gaston Maspero observa que não era preciso muita experiência para perceber que
a grande maioria dos eclipses solares era seguida de quatorze dias de um
eclipse lunar. Gaston Maspero observa que os erros de previsões de eclipses
eram comuns como o registrado no tempo de Assurbanipal que usavam relógios solares
bem como clepsidras. Smith encontrou um pedaço de astrolábio no palácio de
Senaqueribe em Koyunjik hoje no Brittish Museum[10] (figura).
[1] TATON, René. A ciência
antiga e medieval: as ciências antigas do Oriente, tomo I, livro 1, São
Paulo:Difusão Europeia, 1959, p. 131; NEUGEBAUER, The exact sciences in
antiquity, New York: Dover, 2019, p.98
[2] DAMPIER, William. A history
of science and its relations with philosophy and religion, Cambridge Univ.
Press, 1929, p.3
[3] NEUGEBAUER, The exact
sciences in antiquity, New York: Dover, 2019, p.98
[4] NEUGEBAUER, The exact
sciences in antiquity, New York: Dover, 2019, p.101
[5] ROAF, Michael. Mesopotãmia
v.I, Lisboa:Ed. Del Prado, 1996, p. 122
[6] https://nabucco.arts.kuleuven.be/uruk_archives_ekur_zakir_profile
[7] https://nabucco.arts.kuleuven.be/uruk_archives_sin_leqe_uninni
[8] NEUGEBAUER, The exact
sciences in antiquity, New York: Dover, 2019, p.136
[9] HOGBEN, Lancelot. Las
matemáticas al alcance de todos. Joaquín Gil: Buenos Aires, 1943, p. 199
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