Enquanto para os
economistas clássicos como Adam Smith as guildas tinham um efeito negativo no
desenvolvimento da economia, historiadores como Werner Sombart tinham uma
perspectiva mais otimista. Epstein e Maaten Prak trazendo a perspectiva das
guildas inglesas e holandesas enfatizam seu papel positivo. Sheilagh Ogilvie em
The European Guilds (2019) reforça a tese que considera o papel negativo das
guildas. Para Ogilvie as guildas formentavam a inovação apenas quando isso
beneficiava seus membros. Frances Gies destaca que as guildas de mercadores e
de artesãos formavam uma única guilda no século XII e tinham como função o
auxílio mútuo dos membros e garantir a qualidade, preço, horas de trabalho e
salários. [1] Segundo Lewis Munford: “a guilda de mercadores era um corpo geral,
organizado e controlando a vida econômica da cidade como um todo: regulava
condições de venda, protegia o consumidor contra a extorsão e o artífice
honesto contra a competição desigual, defendia os comerciantes da cidade contra
a desorganização de seu mercado por influências vindas de fora. A guilda de
ofícios, por outro lado, era uma associação de mestres a trabalharem seus
produtos, agrupados a fim de regularizar a produção e estabelecer padrões de
grande habilidade”.[2] John Harvey credita às guildas medievais do século XII a introdução de
inovações como a introdução do sabonete em substituição à gordura animal. A
longevidade das guildas não está, portanto, ligada a qualquer benefício à
economia como um todo, pois seus custos eram impostos à sociedade em geral ao
passo que seus benefícios restritos a seus membros. Nesse sentido as guildas
mantiveram-se fortes nas partes da Europa politicamente fragmentárias onde o
Estado era fraco.
[1] GIES, Frances & Joseph. Cathedral, forge and
waterwheel, New York: Harper Collins, 1994, p. 125
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