Em
Flandres do século XIV haviam diversas feiras, com as de Ypres, Thourout, Lille
e Messine.[1] Daniel Rops se refere a feiras que tiveram origem a partir de um convento,
centro de culto ou de peregrinação como as feiras de Lendit perto da abadia de
Saint Denis e as de Tarascon Beaucaire, Provins, Troyes, Frankfurt, Colônia, as
de Wisby no Báltico ou Novgorod na Rússia[2].
As feiras eram imunizadas pela “paz do mercado” assegurando alojamentos e
armazenamento das mercadorias e pela anulação do aubaine que conferia ao
senhor feudal o direito de se apossar dos bens daquele que morresse em suas
terras.[3] Segundo Jacques le Goff “Há, inicialmente, os salvo-condutos concedidos em
toda a extensão das terras condais. Em seguida, a isenção de todas as taxas
servis sobre os terrenos onde se construíram alojamentos e estabelecimentos
comerciais. Os burgueses foram isentados das talhas e dos foros em troca de
taxas fixas resgatáveis. Os terrádegos e as banalidades foram abolidos ou
limitados consideravelmente. Esses mercadores não estavam sujeitos nem aos
direitos de represailles e de Marque, nem ao direito de aubaine e de épave. Os
condes, sobretudo, asseguravam o policiamento das feiras, controlavam a
legalidade e a honestidade das transações, garantiam as operações comerciais e
financeiras”.[4] No
final do século XIII as feiras entram em declínio com o incremento do comércio
marítimo entre o Norte da Europa e o Mediterrâneo.[5] Pierre Monet mostra o desenvolvimento do sistema de feiras a partir do século
XII e das grandes companhias marítimas de comércio do século XIII para comércio
de longa distância não fez com que desaparecesse o mercador isolado e
itinerante do comércio local.[6]
[1] MONTEIRO, Hamilton. O feudalismo: economia e sociedade, São Paulo:Ática, 1987, p.66
[2] ROPS, Daniel. A Igreja das catedrais e das cruzadas. São Paulo: Quadrante, 2012, p. 282
[3] AQUINO, Fernando,
Gilberto, Hiran. Sociedade brasileira: uma história, São Paulo: Record, 2000,
p.37
[4] LE GOFF, Jacques.
Mercadores e Banqueiros da Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1991
[5] LOYN, Henry. Dicionário
da idade média. Rio de Janeiro:Jorge Zahar, 1997, p.87
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