Não está claro se a técnica marajoara se difundiu para o norte da Colômbia (4500 a.c), litoral do Equador (3200 a.c.), costa do Peru (2460 a.c.), Panamá (2140 a.c.) e sul da Mesoamérica (1805 a.c.) ou se estes foram desenvolvimento independentes.[1] Helen Palmatary estabeleceu as correlações da cultura marajoara e a afiliações culturais entre as duas importantes áreas arqueológicas do baixo amazonas, a Tapajó e a Marajó estabelecendo semelhanças destas com a cerâmica dos mounds do sul dos Estados Unidos. O modelo original de Julian Steward ignorava tais interações[2]. Betty Meggers aponta a similaridade da cerâmica do norte da Colômbia com as encontradas em Marajó[3]. Angyone Costa aponta semelhanças da cerâmica marajoara e a dos povos Mojos na Bolívia e da arte Diguita na Argentina.[4] Jean Claude Valla se refere a povos aymaras do lago Titicaca teriam chegado ao Amazonas[5] assim como o povo chimu no reino de Tupac Yupanqui que desceu ao Alto Amazonas.[6] Na Amazônia boliviana foram encontrados vestígios de cerâmicas da cultura Casarabe que se desenvolveu nessa região entre 500 d.C. e 1400 d.C., se espalhando por uma área de 4500 quilômetros quadrados, produzindo um complexo urbanismo tropical de baixa densidade marcado por elaboradas e intricadas estruturas, entre as quais enormes plataformas com degraus, no topo das quais estavam localizadas estruturas com o formato de U, montes retangulares e pirâmides cônicas feitas de terra.[7]
[1] FAGAN, Brian. Los
setenta grandes inventos y descobrimentos del mundo antiguo, Barcelona:Blume,
2005, p. 38
[2] FAUSTO, Carlos. Os
índios antes do Brasil, Rio de Janeiro:Zahar, 2005, p. 24
[3] MEGGERS, Betty. América
pré histórica. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p. 153
[4] COSTA, Angyone.
Introdução à arqueologia brasileira: etnografia e história, São Paulo:Cia Editora
Nacional, 1938, p.296
[5] VALLA, Jean Claude. A
civilização dos incas, Rio de Janeiro: Otto Pierre, 1978, p. 69
[6] VALLA, Jean Claude. A
civilização dos incas, Rio de Janeiro: Otto Pierre, 1978, p. 131
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