sábado, 21 de maio de 2022

Demeter a deusa da fertilidade

 

Divindades como Cibele a Grande Mãe na Ásia Menor, a deusa hindu Kali, Deméter a mãe das colheitas e mãe das águas Tiamat da Mesopotâmia demonstram o papel predominante da mulher  nos antigos mitos religiosos.[1] No mito grego Deméter (Ceres) e sua filha Perséfone (Prosérpina) enviam Triptolemo em seu carro  alado para ensinar o cultivo de cereais à humanidade. Perséfone passa seis meses no reino subterrâneo, período em que as sementes da cevada se ocultam debaixo da terra e o restante do ano no mundo dos vivos, na primavera, quando as sementes brotam da terra. Perséfone é assim a personificação do grão jovem do ano ao passo que a deusa mãe Deméter a personificação do grão do ano passado. Segundo James Frazer: “nesses mistérios a ideia da semente enterrada no solo para renascer para uma vida superior sugere imediatamente uma comparação com o destino humano e fortalece a esperança de que, para o home, também a sepultura pode ser também o começo de uma existência melhor e mais feliz em um mundo desconhecido. Essa reflexão simples e natural parece perfeitamente suficiente para explicar a associação da deusa dos grãos em Eleusis com o mistério da morte e a esperança de uma imortalidade bem aventurada. Os antigos consideravam a iniciação nos mistérios eleusinos como uma chave para abrir os portões do paraíso, como se evidencia pelas alusões que autores bem informados fazem à felicidade que espera os iniciados na outra vida”[2]



[1] MUMFORD, Lewis. A cidade na história, São Paulo:Martins Fontes, 1982, p. 34

[2] FRAZER, James. O ramo de ouro. São Paulo: Círculo do Livro, 1978, p. 139



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