Divindades como Cibele a Grande Mãe na Ásia Menor, a deusa hindu Kali, Deméter a mãe das colheitas e mãe das águas Tiamat da Mesopotâmia demonstram o papel predominante da mulher nos antigos mitos religiosos.[1] No mito grego Deméter (Ceres) e sua filha Perséfone (Prosérpina) enviam Triptolemo em seu carro alado para ensinar o cultivo de cereais à humanidade. Perséfone passa seis meses no reino subterrâneo, período em que as sementes da cevada se ocultam debaixo da terra e o restante do ano no mundo dos vivos, na primavera, quando as sementes brotam da terra. Perséfone é assim a personificação do grão jovem do ano ao passo que a deusa mãe Deméter a personificação do grão do ano passado. Segundo James Frazer: “nesses mistérios a ideia da semente enterrada no solo para renascer para uma vida superior sugere imediatamente uma comparação com o destino humano e fortalece a esperança de que, para o home, também a sepultura pode ser também o começo de uma existência melhor e mais feliz em um mundo desconhecido. Essa reflexão simples e natural parece perfeitamente suficiente para explicar a associação da deusa dos grãos em Eleusis com o mistério da morte e a esperança de uma imortalidade bem aventurada. Os antigos consideravam a iniciação nos mistérios eleusinos como uma chave para abrir os portões do paraíso, como se evidencia pelas alusões que autores bem informados fazem à felicidade que espera os iniciados na outra vida”[2]
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