Os manuscritos herméticos medievais, tais como Marcianus
graecus 299[1] são
ilustrados com frequência pelo dragão ouroboros, símbolo da eternidade[2], que
morde “boros” a própria cauda “oura”, simbolizando a eternidade, acompanhado
da mensagem <O uno é o todo> Hen to pan[3]. Na
alquimia o ouroboros simboliza a transmutação da matéria, uma vez uma coisa
pode se transformar em outra porque em seu nível mais profundo as duas são na
verdade a mesma coisa, a serpente ouroboros se consome a si mesmo permanecendo
constante na medida em que perpetuamente se destrói e se regenera a si mesmo.[4] No Egito
o papiro mágico ilustrado de Brooklyn revela a imagem de um ouroboros[5]. No
segundo sarcófago de Tutankhamon são mostrados suas serpentes ouroboros.[6] Ao
recriar-se a si mesmo simboliza a matéria em transformação, logo, a própria
alquimia. Segundo Julius Evola o símbolo ouroboros represente ao mesmo tempo o
Universo e a “Grande Obra”: “A fórmula que expressa esse princípio
encontramo-la já na Crisopea de Cleópatra: “Um o Todo” que devemos assimilar a “o
Telesma, o Pai de todas as coisas, está aqui” da Tábua de Esmeralda. Não se
trata, portanto, neste caso, de uma teoria filosófica (hipótese da
redutibilidade de todas as coisas a um princípio único), mas sim de um estado
concreto devido a uma certa supressão da lei de dualidade entre o Eu e o não-Eu
e entre dentro e fora, que salvo raros instantes domina a comum e mais recente
percepção da realidade”.[7] Esta
imagem inspirou Kekulé a desvendar a estrutura do benzeno.
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