sexta-feira, 15 de abril de 2022

Os selos no vale do Indo

 

Um fragmento de vasilha datado de 2000 a.c. mostra o que seria uma embarcação feita de madeira com remos[1]. O primeiro exemplo conhecido no mundo de tecelagem foi descoberto em Mohenjo-Daro[2]. Tecidos de algodão  conservados em urnas de prata encontradas em Mohenjo Daro e em Harappa demonstram a técnica de tecelagem por volta de 2500 a.c.[3]. Um selo de pedra encontrado em Harappa datado de 2500 a.c. mostra o uso de uma marca para registrar a procedência dos produtos comercializados com Iraque, Irã, Afeganistão e Ásia Central.[4] A existência de selos encontrados no Golfo Pérsico são a principal prova da existência de comércio da Índia com regiões distantes nesta época[5]. Os selos hindus possivelmente tiveram origem na Mesopotâmia, muito embora o fato de o fato de diversas técnicas de metalurgia e ligas não terem se disseminado tão rapidamente mostra que esta conexão não era tão intensa[6]. Os selos eram usados para selar documentos legais tais como contratos, vendas, listas de mantimentos, tratados, empréstimos[7] como registro de propriedade[8]. Cidades como Shortughai no rio Amu eram abastecidas com estanho da Pérsia e lápis lazúli de Badakhstan.[9] Um grafite do ano 2000 a.c. encontrado em um fragmento de vaso de Harappa procedente de Mohenjo Daro é um dos documentos mais antigos da navegação com vela na Ásia[10]. Os selos em pedra no vale do Indo por volta de 2000 a.c. não aparecem em paredes de inscrições públicas como na babilônia, mas espalhados em várias casas e nas ruas da capital o que revela que possivelmente era usado em cordões pelas pessoas para designar a posição social ou grupo profissional a que aquela pessoa pertencia. [11]



[1] FAGAN, Brian. Los setenta grandes inventos y descobrimentos del mundo antiguo, Barcelona:Blume, 2005, p. 158, 165

[2] Grande História Universal: o princípio da civilização, Barcelona:Folio, 2001, p.59

[3] ZISCHKA, Anton. A ciência quebra monopólios, Porto Alegre:Ed. Globo, 1939, p.110

[4] MacGREGOR, Neil. A história do mundo em 100 objetos, Rio de Janeiro:Intrínseca, 2013, p.109

[5] ROSS, Norman. The epic of man, Life Magazine, 1962, p. 92

https://www.harappa.com/category/blog-subject/seals https://www.youtube.com/watch?v=limLdfgDsfU

[6] HODGES, Henry. Technology in the ancient world, New York: Barnes & Noble Books, 1970, p. 252

[7] ROAF, Michael. Mesopotãmia v.I, Lisboa:Ed. Del Prado, 1996, p. 70

[8] DAVREU, Robert. O império perdido do Vale do Indo. In: Seleções do Reader’s Digest, Os últimos mistérios do mundo, Lisboa, 1979, p.127

[9] O Globo Altas Da História Universal The Times, 1995, p.76

[10] FAGAN, Brian. Los setenta grandes inventos y descobrimentos del mundo antiguo, Barcelona:Blume, 2005, p. 160

[11] ROBINSON, Andrew. The story of writing, London: Thames and Hudson, 1995, p.10



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