Os egípcios usavam um sistema de numeração decimal empregando um símbolo diferente para cada potência de 10 (1, 10, 100 e assim por diante) alinhados para formação dos números em que | representa 1 e ∩ representa 10, então o número 34 pode ser expresso como ||||∩∩∩.[1] O papiro de Rhind datado de 1800 a.c, adquirido pelo antiquário Henry Rhind em 1858, mostra diversos problemas práticos relativos ao cálculo de áreas, volumes de contentores cilíndricos de cereais, problemas relacionados com pirâmides, proporção de gado devido a imposto, divisão de cereais entre um grupo de homens, entre outros.[2] Um dos problemas designa de forma concisa: “Ah, seu inteiro, seu sétimo, fazem 19”, uma referência a um problema de álgebra em que a incógnita é Ah. George Sarton aponta que não razão para se acreditar que os egípcios conheciam o teorema de Pitágoras exceto por uma sugestão indireta no papiro de Berlim. [3] Carl Boyer mostra embora os papiros antigos como os de Rhind e Moscou não façam referência ao teorema de Pitágoras há problemas geométricos como os da determinação da área de um triângulo isósceles tomado como a metade da área do retângulo que engloba este triângulo como início de uma teoria de congruência de figuras geométricas. Bertrand Russel conclui que Pitágoras meramente generalizou uma regra empírica conhecida dos egípcios, que conheciam o triângulo retângulo de lados 3 representando Osíris, 4 representando Ísis (por ser par) e 5 representando resultante dos dois catetos ou Hórus, filho de Ísis e Osíris. [4] Outros textos matemáticos do antigo Egito incluem o papiro de Kahum (figura) e de Berlim, papiro de Moscou e o pequeno papiro do British Museum Leather Roll.[5] René Taton sugere que é possível que tenha se desenvolvido entre os egípcios uma geometria mais esotérica, elaborada à sombra dos templos e reservada aos agrimensores e arquitetos como Imhotep.[6]
[1] Lindberg, David C.. The Beginnings
of Western Science. University of Chicago Press. Edição do Kindle, 2007, p. 11
[2] EVES, HOWARD. Introdução
à história da matemática, São Paulo:Ed Unicamp,2004, p.70
[3] SARTON, George. Ancient Science Through the Golden Age of Greece, New
York:Dover, 1980, p.39
[4] CARVALHO, Benjamin de
Araújo. A história da arquitetura, Rio de Janeiro:Edições de Ouro, p.49
[5] TATON, René. A ciência
antiga e medieval, São Paulo:Difusão, 1959, tomo I, v.I, p. 32
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