sábado, 2 de abril de 2022

Ascenção e queda de Corinto

 

Durante a primeira metade do século VI a.c. os vasos de Corinto pintados com figuras rivalizam com os de Atenas. Durante a primeira metade do século VI os ceramistas atenienses conquistas mercados  nas colônias ocidentais e na Etrúria o que levou ao declínio da produção em Corinto.[1] Entre as técnicas desenvolvidas entre os ceramistas de Corinto destaca-se a incisão em que o artista com uma ponta seca fazia sulcos de verniz negro nas figuras de tal modo que conseguir um traço fino e escavado, em que reaparecia a cor natural da argila[2]. Nesta técnica as figuras são delineadas em silhueta com detalhes finamente gravados e com uso discreto do vermelho púrpura e ocasionalmente amarelo.[3] Por volta de 550 a.c. os artesãos atenienses de cerâmica haviam conquistado o mercado internacional substituindo as cerâmicas de Corinto e Esparta[4]. Dois centros de produção de vasos com figuras pretas surgem depois do desaparecimento dos coríntios: o calcídico e o de um outro grego que vivia na Etrúria, mas que que logo perdem prestígio para os ceramistas de Atenas, que fica sem rivais.[5] Os vasos gregos atenienses são encontrados no Egito, Itália, Sicília, sul da França e Espanha, e até mesmo na capital do império persa[6]. A colônia grega de Naucratis no delta do Nilo no Egito constitui um importante centro de trocas comerciais do Egito com o Mediterrâneo.[7] Os romanos sob comando de Lucio Acaico saquearam e incendiaram a cidade de Corinto em 146 a.c.[8] Greg Woolf analisa que a destruição de Cartago e Corinto é uma indicação da tomada de consciência dos romanos como Império.[9]



[1] JONES, Lloyd Jones. O mundo grego, Rio de Janeiro: Zahar, 1965, p. 189

[2] JARDÉ, A. A Grécia antiga e a vida grega, São Paulo:Epusp, 1977, p.121

[3] JONES, Lloyd H. O mundo grego, Rio de Janeiro: Zahar, 1965, p. 167

[4] TOYNBEE, Arnold. A humanidade e a mãe terra, Rio de Janeiro:Zahar, 1976, p.226

[5] JONES, Lloyd Jones. O mundo grego, Rio de Janeiro: Zahar, 1965, p. 190

[6] ROSTOVTZEFF, M. História da Grécia. Rio de Janeiro:Zahar, 1983, p.211

[7] GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2020, p.69

[8] BEARD, Mary. SPQR: uma história da Roma Antiga, São Paulo: Planeta, 2010, p. 207

[9] WOOLF, Greg. Roma: a história de um império,São Paulo: Cultrix, 2017, p.107



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