segunda-feira, 4 de abril de 2022

As termas romanas

 

Os aquedutos em Roma garantiam o abastecimento para os cerca de 300 banhos públicos e termas ou thermae que consumiam cerca de 3 milhões de litros de água por dia,[1] alguns dos quais com água quente[2]. O censo de Agripa em 33 a.c computou 170 termas em Roma[3]. Dentro das termas haviam espaços para jogos, biblioteca ou reuniões, o que mostra que eram não apenas um local para o bem estar físico mas centro de convívio social.[4] As termas de Caracala tinha uma área de 130 mil metros quadrados e capacidade para 1600 pessoas com ambientes destinados ao banho, saunas, bibliotecas[5] e salas de reunião[6] e mesmo espaços para óperas e concertos ao ar livre[7] Os aquedutos em Roma tinham um sistema de distribuição baseado na gravidade. Foram encontrados nos porões das termas de Caracala vestígios de moinhos hidráulicos[8] e fornalhas subterrâneas que garantiam água aquecida[9]. Vitrúvio[10] atribui a Sergius Orata a invenção do hipocausto (aquecimento sub-piso ou banhos termais relaxantes balneae pensiles)[11]. Na Grécia do século IV a.c. sistemas de calefação conhecidos como hypocauston – andar por debaixo, desenvolvido por Gaius Sergio Orata[12] e aperfeiçoado pelos romanos consistia em túneis subterrâneos que canalizavam gases quentes gerados por um forno e que passavam por baixo de certas zonas da casa, e cujos gases saíam por chaminés colocadas nas paredes ou no telhado.[13] O tepidário (tepidarium) era o local do banho morno (tépido) nas termas da Roma Antiga onde os banhistas se havituavam á mudança de temperatura entre o frigidarium e o caldarium.[14] As termas permitiam banhos em diferentes temperaturas em outros compartimentos conhecidos como calidarium e frigidarium.[15] Greg Woolf mostra que a difusão de termas romanas mostra não apenas uma consequência do uso de novas técnicas de construção mas novos conceitos de limpeza, saúde e beleza como marco civilizatório da elite romana.[16]



[1] ABRIL Cultural, Medicina e Saúde. História da Medicina, v.I, São P5aulo, 1970, p. 43

[2] LEWIS, Brenda. Great civilizations, Parragon:London, 1999, p.253

[3] BOORSTIN, Daniel. Os criadores, Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 1995, p.147

[4]LIBERATI, Anna Mari. A Roma Antiga, Folio: Barcelona, 2005, p. 67

[5] CASSON, Lionel. Bibliotecas no mundo antigo, São Paulo:Vestígio, 2018, p. 105

[6] LIBERATI, Anna Mari. A Roma Antiga, Folio: Barcelona, 2005, p. 133; CLARK, Peter. A evolução das cidades, História em Revista, Rio de Janeiro:Time Life, 1993, p.52; FAGAN, Brian. Los setenta grandes inventos y descobrimentos del mundo antiguo, Barcelona:Blume, 2005, p. 87

[7] WOOLF, Greg. Roma: a história de um império,São Paulo: Cultrix, 2017, p.289

[8] SAGUI, C. Os moinhos de Barbegal. In: GAMA, Ruy, História da técnica e da tecnologia, São Paulo:Edusp, 1985, p. 147

[9] HADAS, Moses. Roma Imperial, Biblioteca de História Universal Life, Rio de Janeiro: José Olympio, 1969, p. 94

[10] CAMP, L. Sprague de. The ancient engineers, New York: Ballantine Books, 1963, p. 15

[11] https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rgio_Orata

[12] CAMP, L. Sprague de. The ancient engineers, New York: Ballantine Books, 1963, p. 180

[13] FAGAN, Brian. Los setenta grandes inventos y descobrimentos del mundo antiguo, Barcelona:Blume, 2005, p. 79

[14] GIORDANI, Mario Curtis. História de Roma, Rio de Janeiro:Vozes, 1981, p. 214

[15] Vatican Museums, Rome:Libreria Editrice Vaticana, 2011, p.227

[16] WOOLF, Greg. Roma: a história de um império,São Paulo: Cultrix, 2017, p.288



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