Henri Pirenne mostra que com as “invasões bárbaras” não houve
modificação significativa no comércio nas cidades do império romano. Marc Bloch
mostra que na primeira idade feudal, até o século X, existiam várias correntes
de troca em especial com a Espanha muçulmana, no entanto, em geral, o comércio
estava bastante enfraquecido assim como imperava a carência monetária.[1] Greg
Woolf destaca que as evidências arqueológicas mostram que mesmo após as invasões
de godos, vândalos, visigodos e suevos o comércio pelo Mediterrâneo não sofreu
uma interrupção severa.[2] As trocas
comerciais da Inglaterra com o restante da Europa podem ser confirmadas por
exemplo pelos objetos encontrados no barco funerário encontrado em 1939 em
Sutton Hoo, Suffolk datado de 650 d.c e que incluía tigelas celtas da Britânia,
prataria imperial de Bizâncio e gemas de granada vindas da Índia e um elmo de
antigo guerreiro anglo saxão[3] e joias
incrustradas em ouro cloisonné[4]. Thomas
Bisson, contudo, argumenta que o ouro encontrado no tesouro de Sutton Hoo
mostra que o ouro era usado como meio de acumulação de riqueza da elite e não
como moeda de trocas comerciais e argumenta que no século VII o dinheiro
desapareceu quase completamente do mercado.[5] A permuta
ocupava um papel menos importante do que a prestação de serviços.
[1] BLOCH, Marc. A
sociedade feudal, Lisboa:Edições 70, 1982, p.86
[2] WOOLF,
Greg. Roma: a história de um império,São Paulo: Cultrix, 2017, p.33
[3] MacGREGOR, Neil. A
história do mundo em 100 objetos, Rio de Janeiro:Intrínseca, 2013, p.343;
British Museum Guide, London, 1976, p. 94
[4] DERRY, T.; WILLIAMS,
Trevor. Historia de la tecnologia: desde la antiguidade hasta 1750,
Mexico:Siglo Vintuno, 1981, p.199
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