Um dos vestígios mais antigos de artefato do paleolítico superior datado
de aproximadamente 20 mil a.c é o osso Ishango (figura) descoberto em pelo belga Jean de
Heinzelin em 1960, quando explorava o que então era o Congo Belga. O osso
encontra-se atualmente no Real Instituto Belga de Ciências Naturais, em
Bruxelas[1], Bélgica e mostra um osso
de um babuíno onde se pode notar uma série de traços talhados, divididos em
três colunas, ao longo de todo o comprimento da ferramenta o que revela a
existência de um sistema numérico. Tais registros são conhecidos como tally.
Um estudo realizado por Heinzelin em 1962 mostra que o método de talhar usado
em Ishango estava espalhado pela África central e no sítio arqueológico de
Es-Shanheinab no Sudão onde foram encontrada garras de arpões que datam de 4
mil a.c ou seja 15 mil anos depois de Ishango[2]. Outras descobertas de
ferramentas de contagem (paus ou ossos com vários cortes), foram encontrados na
Suazilândia (osso de Lebombo, uma fíbula de babuíno de 35 mil anos) e na Checoslováquia
(uma tíbia de lobo de 32 mil anos que conta com 57 traços, agrupados em 5
grupos).[3] Um bastão de osso de lobo
com entalhes foi descoberto em 1937 em Vestonícia na Morávia com 55 entalhes em
duas séries datado de quase trinta mil anos.[4] Segundo Georges Ifrah: “este constitui um dos mais antigos
documentos aritméticos de que dispomos. Ele indica inclusive muito claramente
que nessa época o ser humano já conseguia não apenas conceber os números
abstratos como também decompô-los segundo o princípio da base”.[5] Um chifre de rena datado de 19 mil a.c. a 12 mmil a.c. encontrado em
Brassempouy na Dordonha mostra um entalhe longitudinal intercalado entre duas
séries de cortes transversais regularmente espaçados representando três traços,
seguido de sete traços na fileira superior e nove traços seguidos de cinco
traços na fileira inferior.[6] Ossos de mamute
encontrados em Gontzi na Ucrânia mostram inscrições com os ciclos lunares com
exemplares que data de 15 mil a 40 mil anos.[7] Ossos datados de 13,5 mil
a.c. provenientes de La Placard mostram entalhes que podem ser o registro de
ciclos lunares.[8]
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