No tratado O
regime que fluidifica os humores, Galeno enumera diversas ervas medicinais
e suas aplicações. Em outra obra Galeno descreve as propriedades medicinais da
teriaga[1],
medicamento que no período medieval tornou-se um remédio universal aos moldes
da pedra filosofal dos alquimistas. Este mesmo espírito empirista leva Galeno a
reconhecer a eficácia dos encantamentos homéricos em especial no
tratamento de uma picada de escorpião e
para retirada de espinhas presas na garganta.[2] Galeno
destaca a eficácia do uso de magnetita nos encantamentos para impedir a
hemorragia uterina e absorção de sangue, possivelmente porque o ímã ao atrair o
ferro teria a capacidade de atrair o sangue que teria cor vermelha pela
presença de ferro[3].
O médico romano Marcelo em De Medicamentis escrito no século II d.c. descreve
vários encantos para remoção de espinhas de peixe da garganta.[4] Numa intrigante
passagem Varro (116 – 27 a.c.) destaca as conclusões de sua experiência quanto
a origem de algumas doenças: “deve-se tomar precauções ao se entrar em um
pântano porém eles estão cheios de certas criaturas minúsculas que não podem
ser vitas a olho nu, as quais flutuam no ar e podem entrar no corpo pela boca e
nariz e provocar doenças serias”.[5]
[1] MANGOLD, Lydia Mez.
Imagens da história dos medicamentos, Basileia:Hoffman La Roche, 1971, p.36
[2] COLLINS, Derek. Magia
no mundo grego antigo, São Paulo: Madras, 2009, p. 159
[3] COLLINS, Derek. Magia
no mundo grego antigo, São Paulo: Madras, 2009, p. 166
[4] COLLINS, Derek. Magia
no mundo grego antigo, São Paulo: Madras, 2009, p. 178
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