Com os bifaces, uma pedra talhada em forma de lágrima em que eram tiradas lascas dos dois lados de um bloco de pedra[1], podia-se desenterrar raízes nutritivas, matar a pancadas a caça ou o inimigo e efetuar operações de raspagem.[2] Mesmo atualmente e com treinamento intensivo, primatas modernos são incapazes de entender como bater um bloco de pedra contra outro para soltar lascas como fizeram estes homínidios primitivos. Isto levou a mudança de dieta e consequentemente garantiu uma rápida expansão do cérebro ávido por mais energia. Ao analisar a evolução do crescimento do volume do crânio em função do tempo em milhões de anos[3] Silvana Condemi observa que cérebros maiores não necessariamente significam mais inteligência.[4] James Adovasio mostra que o homem de Cro Magnon e os Neadertais tinham cérebros maiores do que o homem moderno.[5] Manuel Will mostra estudo que testa a influência de fatores ambientais na evolução do tamanho do corpo e do cérebro no gênero Homo nos últimos um milhão de anos testando a relação entre o tamanho do corpo/cérebro e as variáveis climáticas locais de acordo com hipóteses ambientais usando três modelos lineares diferentes. As análises não detectaram qualquer associação da temperatura com o tamanho do cérebro. Esses resultados sugerem que o tamanho do cérebro dentro do Homo é menos influenciado por variáveis ambientais do que o tamanho do corpo durante os últimos um milhão de anos.[6]
[1] CONDEMI, Silvana;
SAVATIER, François. Neandertal, nosso irmão, São Paulo: Vestígio, 2018, p. 114
[2] MANDUIT, J.A. Quarenta
mil anos de arte moderna. Belo Horizonte:Itatiaia, 1959, p.58
[3] LEAKEY, Louis; GOODALL,
Vanne. As heresias do dilúvio, In; As origens do Homem: livros de bolso O
Correio da Unesco,, FGV, 1975, p. 36.
http://www.lealmoreira.com.br/conteudo/evolucao_e_o_prato_do_dia; LEAKEY,
Richard. Origens, Brasília:UNB, 1980, p. 199; LEAKEY, Richard; LEWIN, Roger. O
povo do lago, Brasília:UNB, 1988, p.152; LEAKEY, Richard. A evolução da
humanidade, Brasília: UNB, 1981, p. 131
[4] CONDEMI, Silvana;
SAVATIER, François. Neandertal, nosso irmão, São Paulo: Vestígio, 2018, p. 172
[5] ADOVASIO, James;
SOFFER, Olga; PAGE, Jake. Sexo invisível: Rio de Janeiro: Record, 2009, p. 108
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