Por volta do ano 1000, o célebre médico muçulmano Al-Zahrawi publicou uma enciclopédia ilustrada de 1.500 páginas sobre procedimentos cirúrgicos que se tornou referência. Da mesma época a compreensão da visão foi apresentada pelo físico, matemático e engenheiro Ibn al-Haitham (965-1040), conhecido como Alhazen / Alhacen, refutando as teorias de Euclides e Ptolomeu de que a luz era produzida pelo próprio olho (teoria da extraemissão). Alhazen observou a habilidade de objetos brilhantes em danificar o olho e se perguntou como isso poderia ter sido possível.[1] Alhazen acreditava que a imagem se formava no cristalino, ao receber o reflexo da luz do sol sobre os objetos, de modo que a luz entrava no olho. Para tanto Alhazen assume um novo conceito da radiação de luz, como um processo incoerente em que os pontos individuais não irradiam energia luminosa como um grupo coerente ou seja cada ponto irradia luz em todas as direções, e que havia sido formulado séculos antes pelo filósofo árabe al Kindi (866). A obra de Alhazen óptica foi estudada por Roger Bacon três séculos depois que o cita em Opus maius[2] bem como o polonês Witelo (1281) e o franciscano inglês John Pecham.[3] Entre os muçulmanos no século X na cidade de Córdoba sob período muçulmano os cirurgiões da cidade realizavam operações de catarata na mesquita utilizando instrumentos feitos de ossos de peixes afiados.[4] Os médicos árabes operavam a catarata com uma técnica de abaixamento do cristalino em que era introduzido um estilete no olho e empurrado o cristalino para o corpo vítreo com movimentos rápidos.[5]
[1] LINDBERG,
David C.. The Beginnings of Western Science. University of Chicago Press.
Edição do Kindle.2007, p.315
[2] DURANT, Will. História
da Civilização, IV parte, A idade da fé, tomo II, São Paulo:Cia Editora
Nacional, 1957, p.10
[3] LINDBERG,
David C.. The Beginnings of Western Science. University of Chicago Press.
Edição do Kindle.2007, p.320
[4] LYONS, Jonathan. A
casa da sabedoria, Rio de Janeiro: Zahar, 2011, p.187
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