A noção de algoritmo teve origem com o
matemático árabe Abu Adullah Mohammad Ibn Musa Al-Khwarizmi (cerca de 780-850).
Sua obra, que inclui tabelas de funções trigonométricas,[1] chegou ao Ocidente por um texto latino do século XII, em que seu nome aparece
na forma latinizada Algorismus. O
cálculo algoritmo se contrapunha aos cálculos realizados com ábaco, então em
voga. Uma de suas obras: Cálculo por restauração e redução, Al-Khwarizmi expõe
técnicas para resolver problema aritméticos. Pela restauração (al-jabr) um
termo negativo pode se tornar positivo ao ser passado para o outro lado do
sinal de igual de uma equação. A redução é o processo inverso. Ao ser traduzido
para o latim a palavra al-jbr do título se tornou álgebra.[2] Por demandar muito papel, objeto de luxo na idade Média, e por ter origem de um
infiel, o uso dos algoritmos somente viria a ter maior disseminação na Europa
no século XVI[3].
Uma batalha foi travada entre abacistas, apegados a complicada aritmética greco
romana com auxílio de um ábaco, e algebristas para solução de problemas
matemáticos[4]. A
invenção da imprensa acabou favorecendo o uso dos algarismo hindu arábicos em
detrimento do ábaco. Lancelot Hogben
observa o menosprezo para com os algebristas na Espanha, pela expressão
pejorativa usada na época “curandeiro e algebrista”[5].
[1] GLEICK, James. A
informação: uma história, uma teoria, uma enxurrada, São Paulo:Cia das Letras,
2013, p. 91; SEDGWICK, W.; TYLER, H; BIGELOW, R. História da ciência: desde a
remota antiguidade até o alvorescer do século XX, Rio de Janeiro:Ed. Globo, 1952,
p.162
[2] BELLOS, Alex. Alex no
país dos números: uma viagem ao mundo maravilhoso da matemática. São Paulo:Cia
das Letras, 2011, p.194; RONAN, Colin. História Ilustrada da Ciência: Oriente,
Roma e Idade Média. v.2, São Paulo:Jorge Zahar, 2001, p.107
[3] O nascimento da álgebra, Peter Schreiber, In: A Ciência na Idade
Média, Scientific American do Brasil, agosto 2008, p. 16
[4] STEVERS, Martin. A
inteligência através dos séculos. São Paulo:Globo, 1946, p.474; ROONEY, Anne. A
história da matemática, São Paulo: M. Books, 2012, p. 60
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