Arquimedes
construiu dois planetários com partes móveis que foram levados à Roma após o
saque de Siracusa e determinou que a superfícies de qualquer fluido em repouso
é igual à superfície de uma esfera cujo centro é o mesmo que o da Terra, ou
seja, a superfície dos oceanos não é plana.[1] Eratóstenes estimou com boa aproximação o
raio terrestre e desenvolveu uma esfera armilar um modelo esférico com faixas que
se cruzavam e que era usado para explicar o movimento dos astros.[2] Para
Aristóteles em seu livro Sobre os céus, a terra é esférica, pois tendo
em vista sua tendência de se colocar no centro do universo ela deve se dispor de
forma simétrica em torno deste ponto, tendo como estimativa para sua
circunferência em torno de 45 milhas, cerca de 1,8 vezes o valor moderno. David
Lindberg mostra que esta tese aristotélica é a que prevaceleceu por toda a
idade média, sendo um mito que os medievais acreditassem seriamente em sua
planicidade.[3] A Geografia de Ptolomeu também descreve uma terra esférica assim como uma
esfera armilar. A obra foi redescoberta pelo monge bizantino Maximus Planudes
em 1295 e foi difundida pela Europa no século XIV.[4] Heródoto
por volta de 430 a.c. zomba da confecção de mapas muito distantes dos mapas
mais confiáveis de que dispunha: “me faz rir quando vejo algumas pessoas
desenhando mapas do mundo sem qualquer razão a os guiar, eles representam um oceano
como se fosse um rio cercado pro terra, e a extensão de terra como se fosse um
círculo, como se fosse desenhada por um compasso e com a Europa e Asia
representadas com o mesmo tamanho”. Nos mapas da época Africa era contínua
a Asia, porém Heródoto desta que os dois continentes estavam unidos por um único
ponto em comum na altura do Egito.[5] Ptolomeu, divergindo de Heródoto, representa a união da África com a Àsia por
uma faixa de terra que denomina Terra Incognita.[6]
[1] STRATHERN, Paul. Arquimedes e a alavanca em 90 minutos, Rio de Janeiro: Zahar,
1998, p. 32, 50
[2] ROONEY,
Anne. A história da matemática, São Paulo: M. Books, 2012, p. 54
[3] LINDBERG,
David C. The Beginnings of Western Science. University of Chicago Press. Edição
do Kindle. 2007, p.55
[4] AIROLA, Jorge Magasich;
BEER, Jean Marc. América mágica, Rio de Janeiro: Paz e terra, 2000, p. 50
[5] JAMES, Peter; THORPE, Nick.
Ancient inventions, London: Randon House, 1995, p.61
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