No julgamento final presidido por Osíris, havia a pesagem do coração do morto enquanto a harmonia, a justiça, a ordem e a verdade ocupavam o outro braço da balança representada pela deusa Maat ou o seu símbolo, uma pena[1] conforme mostra o papiro do escriba Ani da XIX dinastia[2]. A pesagem é confiada a Hórus e a Anúbis guardião das múmias com cabeça de chacal. O deus Thoth, o escriba dos deuses, de cabeça de íbis anota o resultado. Quarenta e dois juízes correspondente ao número de províncias do Egito assistem ao julgamento. O coração pesado indica a condenação do morto, e nesse sentido que Êxodo se refere ao “coração pesado do faraó” (Exodo 10:20 - A Torá usa três verbos diferentes nesse contexto: ch-z-k, para fortalecer, k-sh-h, para endurecer, e k-b-d, para tornar pesado). Uma ilustração, em papiro, no Livro dos Mortos mostra a cerimônia, realizada no Salão das Duas Verdades, supervisionada por Anúbis, o deus egípcio dos mortos. No livro dos mortos é narrada a peregrinação do alma no além após transpor a “porta da morte”. Numa primeira etapa deve transpor uma região de trevas e numa segunda etapa é a chegada ao Amenti, residência de Osíris onde será julgada no "salão das duas verdades" onde sua consciência seria pesada. Segundo o Texto das Pirâmides as fórmulas mágicas para proteção do morto devem ser proferidas com rigor a fim de "impedir que o morto caminhe de cabeça para baixo, beba a sua urina e se alimente com seus excrementos". O Livro dos mortos está escrito em papiro em 190 capítulos com preces que o morto teria de memorizar para salvar sua energia vital no pós morte. Caso não consiga provar sua justiça seu coração será devorado e entregue para segunda morte.[3]
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