domingo, 27 de fevereiro de 2022

Vikings na América

 

Os vikings nos séculos IX ao XI, navegavam pelos mares do Atlântico Norte incluindo a Islândia e a Groenlândia, bem como a América do Norte sendo orientados basicamente pelo Sol por cristais conhecidos como 'sunstones' (pedras de sol) mencionados em diversos contos nórdicos. Eram usados cristais ultrapuros dicroicos de cordierita e turmalina, ou birrefringentes, como a calcita. Ao olhar para o céu através desse cristal e então rotacioná-lo para que as duas imagens fiquem com a mesma intensidade de brilho, é possível visualizar os anéis de luz polarizada que cercam o Sol, mesmo com esse último completamente cercado por densas nuvens.[1] Marc Bloch observa que o avanço das técnicas navais dos vikings foi um importante fator para viabilização das invasões escandinavas, no entanto: “as primeiras expedições dos vikings para o Ocidente tiveram menos como objetivo a conquista de locais onde se estabelecessem de modo permanente do que a busca de presas destinadas a serem levadas para casa”.[2] Os navios do Norte tinham o casco trincado ao invés de casco liso como nos navios do Sul no Mediterrâneo, pelo fato de que os homens do norte não conheciam a serra. O casco trincado embora não permitisse a construção de navios compridos por outro lado demonstrou ser bastante forte o que permitia o uso de madeiras mais leves.[3] Entre os viajantes vikings estavam Bjarni Herjolfsson no ano de 986, e Leif, filho de Eric o Riivo no ano 1000 este último chegou a desembarcar na América do Norte numa região que denominou Markland (Terra dos Bosques). Mais tarde Tyrkir o Alemão, chegou numa região que denominou Viland. O ápice desse movimento foi a tentativa de colonização empreendida por Thorfinn Karlsefni por volta de 1025 na região de Vinland[4]. O fato dos documentos conhecidos como Icelandic Sagas que narram tais viagens serem pelo menos duzentos anos após os acontecimentos leveram ao ceticismo pelos historiadores, além da divergência em muitos destes relatos, sendo vistas como obras literárias e não de história e da falta de qualquer evidência arqueológica dos vikings nas Américas. Dentre estes vestígios alega-se a Torre de Newport em Rhode Isaland e a Rocha de Dighton, no entanto sem aceitação pelos pesquisadores por tratarem-se de construções possivelmente do período colonial. A Pedra Runa de Kensigton foi descoberta em 1898 que supostamente registra uma inscrição rúnica que trata da chegada de noruegueses em Viland 1362 ao mencionar uma opdagelsesfard (viagem de exploração), no entanto, sua autenticidade não é confirmada, tendo em vista que todos os numerais do texto são arábicos, ao passo que as inscrições rúnicas medievais todas usavam numerais romanos.[5] O mapa de Vinland do século XV, redesenhado a partir de um original do século XIII mostra uma grande ilha chamada Vinlândia, no Atlântico, a oeste da Groenlândia, possivelmente a América do Norte que teria sido descoberto por exploradores nórdicos como Bjarni Herjolfsson e Leif Ericson. Embora a datação do pergaminho tenha sido atribuída ao século XV e de autoria do cartógrafo dinarmaquês Claudius Clavius,[6] testes realizados em 1974 pela Universidade de Yale mostrarm que a tinta usada continha um produto químico conhecido como anatase que somente passou a ser usado em tintas em 1920, o que demonstrou tratar-se de uma fraude[7]. Por outro lado, um moeda viking encontrada no Maine e um fuso usado para fabricação de tecidos encontrado em escavações arqueológicas realizadas por Helge Instad em 1957 no povoado viking de L”Anse aux Meadows na Terra Nova no Canadá confrmam a presença dos vikings no continente americano.[8]



[1] ROPARS, Guy. The sunstone and polarised skylight: ancient Viking navigational tools?, Contemporary Physics, 2014, p.1-15 http://www.saberatualizado.com.br/2017/08/a-descoberta-de-mais-uma-fortaleza.html

[2] BLOCH, Marc. A sociedade feudal, Lisboa:Edições 70, 1982, p.56

[3] HALE, John. Idade das explorações. Biblioteca de História Universal  Life, Rio deJaneiro:José Olympio, 1970, p.86

[4] JAMES, Peter; THORPE, Nick. O livro de ouro dos mistérios da antiguidade, Rio de Janeiro: Ediouro, 2002, p. 345

[5] JAMES, Peter; THORPE, Nick. O livro de ouro dos mistérios da antiguidade, Rio de Janeiro: Ediouro, 2002, p. 353

[6] MILLER, Russel. A verdade por trás da história: as novas revelações que estão mudando nossa visão do passado. Rio de Janeiro:Reader’s Digest, 2006, p.253

[7] BARDEN, Renardo. Great mysteries: the discovery of America, San Diego, Greenhaven Press, 1989, p. 77

[8] BARDEN, Renardo. Great mysteries: the discovery of America, San Diego, Greenhaven Press, 1989, p. 80



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