Os vikings
nos séculos IX ao XI, navegavam pelos mares do Atlântico Norte incluindo a
Islândia e a Groenlândia, bem como a América do Norte sendo orientados
basicamente pelo Sol por cristais conhecidos como 'sunstones' (pedras de sol)
mencionados em diversos contos nórdicos. Eram usados cristais ultrapuros
dicroicos de cordierita e turmalina, ou birrefringentes, como a calcita. Ao
olhar para o céu através desse cristal e então rotacioná-lo para que as duas
imagens fiquem com a mesma intensidade de brilho, é possível visualizar os
anéis de luz polarizada que cercam o Sol, mesmo com esse último completamente
cercado por densas nuvens.[1] Marc
Bloch observa que o avanço das técnicas navais dos vikings foi um importante
fator para viabilização das invasões escandinavas, no entanto: “as primeiras expedições dos vikings para o Ocidente
tiveram menos como objetivo a conquista de locais onde se estabelecessem de
modo permanente do que a busca de presas destinadas a serem levadas para casa”.[2] Os
navios do Norte tinham o casco trincado ao invés de casco liso como nos navios
do Sul no Mediterrâneo, pelo fato de que os homens do norte não conheciam a
serra. O casco trincado embora não permitisse a construção de navios compridos
por outro lado demonstrou ser bastante forte o que permitia o uso de madeiras
mais leves.[3] Entre os viajantes vikings estavam Bjarni Herjolfsson no ano de 986, e Leif,
filho de Eric o Riivo no ano 1000 este último chegou a desembarcar na América
do Norte numa região que denominou Markland (Terra dos Bosques). Mais tarde
Tyrkir o Alemão, chegou numa região que denominou Viland. O ápice desse
movimento foi a tentativa de colonização empreendida por Thorfinn Karlsefni por
volta de 1025 na região de Vinland[4]. O fato
dos documentos conhecidos como Icelandic Sagas que narram tais viagens
serem pelo menos duzentos anos após os acontecimentos leveram ao ceticismo
pelos historiadores, além da divergência em muitos destes relatos, sendo vistas
como obras literárias e não de história e da falta de qualquer evidência
arqueológica dos vikings nas Américas. Dentre estes vestígios alega-se a Torre
de Newport em Rhode Isaland e a Rocha de Dighton, no entanto sem aceitação
pelos pesquisadores por tratarem-se de construções possivelmente do período colonial.
A Pedra Runa de Kensigton foi descoberta em 1898 que supostamente registra uma
inscrição rúnica que trata da chegada de noruegueses em Viland 1362 ao
mencionar uma opdagelsesfard (viagem de exploração), no entanto,
sua autenticidade não é confirmada, tendo em vista que todos os numerais do
texto são arábicos, ao passo que as inscrições rúnicas medievais todas usavam
numerais romanos.[5] O mapa de Vinland do século XV, redesenhado a partir de um original do século
XIII mostra uma grande ilha chamada Vinlândia, no Atlântico, a oeste da
Groenlândia, possivelmente a América do Norte que teria sido descoberto por
exploradores nórdicos como Bjarni Herjolfsson e Leif Ericson. Embora a datação
do pergaminho tenha sido atribuída ao século XV e de autoria do cartógrafo
dinarmaquês Claudius Clavius,[6] testes
realizados em 1974 pela Universidade de Yale mostrarm que a tinta usada
continha um produto químico conhecido como anatase que somente passou a ser
usado em tintas em 1920, o que demonstrou tratar-se de uma fraude[7]. Por
outro lado, um moeda viking encontrada no Maine e um fuso usado para fabricação
de tecidos encontrado em escavações arqueológicas realizadas por Helge Instad em
1957 no povoado viking de L”Anse aux Meadows na Terra Nova no Canadá confrmam a
presença dos vikings no continente americano.[8]
[1] ROPARS, Guy. The sunstone and polarised skylight: ancient Viking navigational
tools?, Contemporary Physics, 2014, p.1-15
http://www.saberatualizado.com.br/2017/08/a-descoberta-de-mais-uma-fortaleza.html
[2] BLOCH, Marc. A
sociedade feudal, Lisboa:Edições 70, 1982, p.56
[3] HALE, John. Idade das
explorações. Biblioteca de História Universal
Life, Rio deJaneiro:José Olympio, 1970, p.86
[4] JAMES, Peter; THORPE, Nick. O livro de ouro dos
mistérios da antiguidade, Rio de Janeiro: Ediouro, 2002, p. 345
[5] JAMES, Peter; THORPE, Nick. O livro de ouro dos
mistérios da antiguidade, Rio de Janeiro: Ediouro, 2002, p. 353
[6] MILLER, Russel. A
verdade por trás da história: as novas revelações que estão mudando nossa visão
do passado. Rio de Janeiro:Reader’s Digest, 2006, p.253
[7] BARDEN, Renardo. Great
mysteries: the discovery of America, San Diego, Greenhaven Press, 1989, p. 77
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