Segundo Niéde Guidon foram encontradas fogueiras de 50 mil anos, o que mostra a presença humana de ancestrais vindos da África. Segundo Niède Guidon (figura) o fato de tais disposições de pedras características do uso em fogueiras não poderia ter sido casual.[1] Um artigo publicado na revista Nature de 1986 Niéde Guidon indentificou ossada humana de 32 mil anos ap[2]. Bia Hetzel apresenta como possibilidades vestígios de fogueiras encontradas em Pedra Furada de 40 mil a 12 mil anos atrás.[3] Após o período de glaciação, o nível do mar teria variado o que facilitaria a formação de diversas ilhas entre a África e o litoral nordestino do Brasil, possibilitando assim a travessia do Atlântico. No entanto suas teses não são plenamente aceitas, pela falta de artefatos os restos humanos com idade equivalente.[4] David Meltzer, James Adovasio e Tom Dillehay, acreditam que os pedaços de quartzo encontrados em grande número do local constituiriam de geosfatos de ocorrência natural. O carvão seria resultado de incêndios naturais. Para Guidon contudo a área era floresta natural e menos sujeitas a incêndios naturais, além de ser pouco provável a construção de artefatos de pedras caindo sobre as outras de forma natural.[5] Nas Américas os vestígios mais antigos do homem primitivo datam de cerca de dez mil anos com o achado de um bisão atingido por várias lanças atiradas por uma espécie de bumerangue (ou atlatl na língua asteca nauatle)[6] na cidade de Folsom feita em 1926 por Figgins no Colorado Estados Unidos[7]. No México o geólogo Helmut de Terra encontrado o chamado homem de Tepexpan de datação de 4,7 mil anos[8]. Em Iztápan a poucos quilômetros de Tepexpan foi encontrado esqueleto de mamute atingidos por artefatos de sílex. Uma ponta bifacial de Clóvis foi encontrada em 1933 no noroeste do México que data de 10 mil a.c.[9] , muito embora as datações de algumas supostas lareiras indiquem 28 mil anos[10]. A lâmina Clóvis tem dimensões maiores que as de Folsom canelada[11], de modo que Folsom retrocede ainda mais a origem do homem americano. Uma das hipóteses é que Clóvis seja uma técnica de lascamento desdobramento da cultura solutrense presente na Europa Ocidental.[12] No norte da Eurásia Muller Beck em 1966 demonstrou que as indústrias líticas dos últimos ocupantes musterienses e primeiros aurignascenses poderiam ser a origem dos artefatos Clóvis.[13] Perto do lago de Baikal sabe-se da existência de ferramentas de pedra semelhantes as descobertas em Clovis., porém na Sibéria nada existe de tão antigo que pudesse recuar a presença humana entes de 15 mil a.c.[14] Uma das possibilidade da origem de Clóvis seria por meio de migrações pela Beríngia, que garantiria uma ponte terrestre entre América e Ásia por volta de 9000 a.c. Em Calico na California, em Tepexpan no México, na caverna Pendejo no Novo México e em Meadowcroft na Pensilvânia foram descobertos vestígios de presença humano, mas sem confirmação[15]. A tecnologia de pontas de projetil é encontrada em Lauricocha no Peru. Uma descoberta de Steven Holen e Thomas Demére publicada na revista Nature em 2017 mostra a presença de ossadas do gênero homo datadas de 130 mil anos no sudeste da Califórnia em Cerutti Mastodon.[16]
[1] https://www.youtube.com/watch?v=VLXlQGibMOU&t=301s
[2] FILHO, Ivan Alves. História pré colonial do Brasil, Rio de Janeiro: Europa
Editora, 1987, p.23
[3] HETZEL, Bia; MEGREIROS,
Silvia. Prehistory of Brazil. Rio de Janeiro:Manati, 2007, p. 56
[4] FUNARI, Pedro; NOELLI,
Francisco. Pré história do Brasil, São Paulo:Contexto, 2016, p. 41; LOPES,
Reinaldo. 1499 o Brasil antes de Cabral,Rio de Janeiro:Harper Collins, 2017, p.
14, 59
[5] JAMES,
Peter; THORPE, Nick. O livro de ouro dos mistérios da antiguidade, Rio de
Janeiro: Ediouro, 2002, p. 329
[6] COE, Michael. O México.
Lisboa:Editorial Verbo, 1970, p.34; SHAPIRO, Harry. Homem, cultura e sociedade,
Lisboa: Fundo de Cultura, 1972, p. 186
[7] SUGGS, Robert. Modernas
descobertas em arqueologia, Rio de Janeiro:Fundo de Cultura, 1964, p.46; WENDT,
Herbert. Tudo começou em Babel, São Paulo:Difusão, 1962, p. 218; COE, Michael.
Antigas Américas, mosaico de culturas, v. I Madrid:Ed. Del Prado, 1997, p. 31
[8] https://en.wikipedia.org/wiki/Tepexpan_man
[9] COE, Michael. O México.
Lisboa:Editorial Verbo, 1970, p.35, 37; MILLER, Russel. A verdade por trás da
história: as novas revelações que estão mudando nossa visão do passado. Rio de
Janeiro:Reader’s Digest, 2006, p.28
[10] CLARK, Grahame. A pré
história, Rio de Janeiro:Zahar, 1975, p. 260
[11] SHAPIRO, Harry. Homem,
cultura e sociedade, Lisboa: Fundo de Cultura, 1972, p. 184
[12] ARAUJO, Astolfo Gomes
de Mello. Os primeiros da fila. Revista de História da Biblioteca Nacional,
n.71, agosto 2011, p. 26
[13] MEGGERS, Betty, América
pré histórica, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p. 29
[14] JAMES,
Peter; THORPE, Nick. O livro de ouro dos mistérios da antiguidade, Rio de
Janeiro: Ediouro, 2002, p. 331
[15] JAMES,
Peter; THORPE, Nick. O livro de ouro dos mistérios da antiguidade, Rio de
Janeiro: Ediouro, 2002, p. 321
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