domingo, 13 de fevereiro de 2022

O papel do ouro entre incas e astecas

 

A maior parte do trabalho em ouro feitos pelos incas foi derretido e enviado para Europa pelos colonizadores espanhóis. Muitos dos trabalhos em ouro foram fundidos para somente depois descobrir que o ouro puro presente nas joias e vasos era mínima.[1] Um dos processos metalúrgicos usados consistia na aplicação de uma fina lâmina de ouro sobre a superfície do objeto de cobre ou prata. Uma das ligas usadas consistia na mistura de ouro e cobre denominado tumbaga na qual a percentagem de ouro é bastante baixa[2]. Os chimus construíram o grande tempo de Cusco conhecido como Coricancha com paredes cobertas de ouro, saqueado e destruído pelos espanhóis.[3] Os incas chamavam o ouro de “o suor do sol”[4] ou “lágrimas da lua”[5] Um mito inca trata que o Sol Tata Inti, o aspecto masculino, ao fazer amor com sua esposa Lua – Mama Killa[6], que representa o aspecto feminino, deixava escorrer seu suor pela terra de onde surgia o ouro, enquanto que a Lua derramava lágrimas dando origem à prata.[7] Uma das minas de prata principais entre os incas era a de Huancavelica.[8] Entre os povos incas com trabalhos em ouro encontramos os Muiscas na Colômbia, os Tayrones, Calimas e Quimbayas[9]. Entre os astecas era conhecido com teocuitlatl ou “excremento dos deuses” ou “excremento do Sol”[10] sendo que o ouro não era considerado um material nobre tal como os incas, posição ocupada pelo jade ou as plumas do pássaro quetzal[11].



[1] LONGHENA, Maria; ALVA, Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.116

[2] LONGHENA, Maria; ALVA, Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.118

[3] LONGHENA, Maria; ALVA, Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.118

[4] LEONARD, Joathan. América pré colombiana, Rio de Janeiro:José Olympio Editora. Biblioteca de História Universal Life, 1971, p.91

[5] TIME LIFE BOOKS, Incas: Lords of gold and glory. Alexandria, 1992, p.28, 50; COE, Michael. Antigas Américas, mosaico de culturas, v. II Madrid:Ed. Del Prado, 1996, p. 168; LONGHENA, Maria; ALVA, Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.118; MacGREGOR, Neil. A história do mundo em 100 objetos, Rio de Janeiro:Intrínseca, 2013, p.522

[6] RIBAS, Ka W. A ciência sagrada  dos Incas, São Paulo:Madras, 2008, p. 74

[7] RIBAS, Ka W. A ciência sagrada  dos Incas, São Paulo:Madras, 2008, p. 47

[8] HAGEN, Victor. Realm of the incas, New York: New American Book, 1961, p. 152

[9] Focus Filmes. DVD. Os segredos da arqueologia. Os caminhos até o Eldorado, Novara, Itália, v.5, 2002

[10] DAVIES, Nigel. The astecs: a history, London; Folio Society, 1973, p. 340; LONGHENA, Maria. O México antigo, Barcelona:Folio, 2006, p. 101

[11] LONGHENA, Maria. O México antigo, Barcelona:Folio, 2006, p. 101



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