A maior parte do
trabalho em ouro feitos pelos incas foi derretido e enviado para Europa pelos
colonizadores espanhóis. Muitos dos trabalhos em ouro foram fundidos para
somente depois descobrir que o ouro puro presente nas joias e vasos era mínima.[1] Um dos
processos metalúrgicos usados consistia na aplicação de uma fina lâmina de ouro
sobre a superfície do objeto de cobre ou prata. Uma das ligas usadas consistia
na mistura de ouro e cobre denominado tumbaga
na qual a percentagem de ouro é bastante baixa[2]. Os chimus construíram o grande tempo de
Cusco conhecido como Coricancha com paredes cobertas de ouro, saqueado e
destruído pelos espanhóis.[3] Os incas
chamavam o ouro de “o suor do sol”[4] ou “lágrimas
da lua”[5] Um mito inca trata que o Sol Tata Inti,
o aspecto masculino, ao fazer amor com sua esposa Lua – Mama Killa[6],
que representa o aspecto feminino, deixava escorrer seu suor pela terra de onde
surgia o ouro, enquanto que a Lua derramava lágrimas dando origem à prata.[7] Uma das
minas de prata principais entre os incas era a de Huancavelica.[8] Entre os
povos incas com trabalhos em ouro encontramos os Muiscas na Colômbia, os
Tayrones, Calimas e Quimbayas[9]. Entre
os astecas era conhecido com teocuitlatl ou “excremento dos deuses” ou “excremento
do Sol”[10] sendo que o ouro não era considerado um
material nobre tal como os incas, posição ocupada pelo jade ou as plumas do
pássaro quetzal[11].
[1] LONGHENA, Maria; ALVA,
Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.116
[2] LONGHENA, Maria; ALVA,
Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.118
[3] LONGHENA, Maria; ALVA,
Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.118
[4] LEONARD, Joathan.
América pré colombiana, Rio de Janeiro:José Olympio Editora. Biblioteca de História Universal Life, 1971, p.91
[5] TIME LIFE BOOKS, Incas: Lords of gold and glory. Alexandria, 1992, p.28,
50; COE, Michael. Antigas Américas, mosaico de culturas, v. II Madrid:Ed. Del
Prado, 1996, p. 168; LONGHENA, Maria; ALVA, Walter. Peru Antigo. Grandes
civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.118; MacGREGOR, Neil. A história
do mundo em 100 objetos, Rio de Janeiro:Intrínseca, 2013, p.522
[6] RIBAS, Ka W. A ciência
sagrada dos Incas, São Paulo:Madras,
2008, p. 74
[7] RIBAS, Ka W. A ciência
sagrada dos Incas, São Paulo:Madras,
2008, p. 47
[8] HAGEN,
Victor. Realm of the incas, New York: New American Book, 1961, p. 152
[9] Focus Filmes. DVD.
Os segredos da arqueologia. Os caminhos até o Eldorado, Novara, Itália, v.5,
2002
[10] DAVIES, Nigel. The astecs: a history, London; Folio Society, 1973, p.
340; LONGHENA, Maria. O
México antigo, Barcelona:Folio, 2006, p. 101
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