Em 1947 o norueguês Thor Heyerdahl navegou de Callao no Peru até o Arquipélago das ilhas Tuamotu na Polinésia em uma embarcação de papiro, uma jangada Kon tiki, numa tentativa de demonstrar a viabilidade do contato dos povos mesoamericanos com a Polinésia antes do século XVI.[1] A embarcação embora construída de acordo com a tecnologia da do século XVI era equipada com equipamentos de rádio e conforto modernos, e pode ter sido favorecido por correntes marinhas, o que inviabilizaria a possibilidade de regresso na mesma embarcação. Sua aventura foi publicada no livro A expedição Kon Tiki – atravessando os mares do sul em uma balsa.[2] O uso de jangadas no Titicaca é testemunhado na crônica de Pedro Gutierrez de Santa Clara em carta de 1544: “O primeiro senhor índio que penetrou estas terras afastadas Manco Inga Çapalla partiu com sua gente armada para a guerra de uma grande ilha chamada Titicaca [...] ele deixou a ilha com muitas balsas em juncos e madeira seca”.[3] No reinado do Inca Tupac Yupanqui há o registro arqueológico de uma enorme esquadra de balsas reunindo um batalhão de 20 mil soldados capitaneados por Huaman Achachi que teria alcançado ilhas na Polinésia tendo trazido alguns troféus com cadeiras de latão, peles e maxilares de cavalos.[4] Joshua Slocum atravessou o mundo na pequena embarcação Spray em 1898 partindo de Boston e narrado sua aventura no livro ”Sozinho ao redor do mundo”.[5] De 1921 a 1923 Harry Pidgeon a bordo de uma pequena embarcação Islander atravessou oceanos e narrou sua aventura no livro “Around the World Single-Handed: The Cruise of the "Islander". Conor O Brien em 1921-1923 a bordo da pequena embarcação Saoirse é um outro exemplo de navegado em pequena embarcação que cruzou oceanos.[6] Victor von Hagen conclui que o sucesso de tais expedições como as de Kon Tiki não podem ser generalizados, apenas mostram a possibilidade de contatos esporádicos mas por si incapazes de promover uma migração sustentada entre os continentes.[7]
[1] HERRMANN, Paul. A
conquista das Américas. São Paulo:Boa Leitura, 1960, p.169; GOWLETT, John.
Arqueologia das primeiras culturas. Barcelona:Folio, 2008, p.191
[2] https://pt.wikipedia.org/wiki/Thor_Heyerdahl
[3] WAISBARD, Simone.
Tiahuanaco: 10000 anos de enigmas incas. São Paulo:Hemus, 1971, p. 278
[4] SORIANO, Waldemar. Los
incas: economia sociedade y estado em la era del Tahuantinsuyo, Peru:Amaru
Editores, 1997, p. 86
[5] POINDEXTER, Miles. The Ayar Incas, New York: Horace Liveright, 1930,
p.62
[6] http://www.ilen.ie/what-we-do-2/ilen/sailing-pioneer-1923-1925/
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