Pesquisadors acreditam que seria possível os egípcios determinarem o norte traçando uma reta entre as estrelas de Mizar na constelação de Ursa Maior e Kochab na constelação de Ursa Menor por volta de 2467 a.c. Considerando-se o pequeno desvio de 2’28 graus em relação no norte verdadeiro[1] estima-se que a pirâmide de Quéops teria sido construída em 2478 a.c.[2] Eugen Strouhal observa que no Egito antigo o eixo da terra não apontava para a estrela Polar, que, portanto, não poderia ser usada como referência para orientação das pirâmides. Sprague de Camp por sua vez observa que embora fosse possível determinar o norte pela bissetriz entre as posições do nascer e pôr do sol, as incertezas nestas medições inviabilizam o uso prático deste método[3]. Nos últimos anos foram considerados quatro métodos de alinhamento: 1) a estrela polar método proposto por Flinders Petrie, 2) o método da estrela circumpolar testado por Joseph Dorner, 3) o método de trânsito simultâneo proposto por Kate Spence, 4) e o método da sombra do gnômon solar sugerido por Martin Isler. O “método do gnômon solar equinocial” usa uma haste vertical para rastrear o movimento do sol no equinócio foi proposto por Glen Dash, um método muito mais simples com uso de um relógio solar que teria precisão suficiente para garantir o atual posicionamento com erro de apenas quatro minutos de arco em relação ao norte verdadeiro[4]. A revista Science de março de 1973 propôs que as pirâmides poderiam ter sido alinhadas exatamente quando de sua construção em relação ao norte verdadeiro e o atual desalinhamento (que atinge igualmente as três pirâmides de Gizé) ter surgido por um deslocamento do polo terrestre ou do próprio continente africano.[5] O eixo da pirâmide de Quéops[6] nome do faraó filho de Seneferu / Snefru[7] fundador da quarta dinastia (2613-2494 a.c), está alinhado ao pólo norte geográfico com uma diferença de um arco de quatro minutos. As passagens subterrâneas da Grande Pirâmide de Quéops foram mencionadas por Strabo.[8] Apesar da ausência arqueológica de instrumentos é pouco provável que os egípcios obtivessem a posição do meridiano por inspeção visual, diante da precisão observada com o alinhamento norte sul das pirâmides.[9]
[1] EDWARDS, J. As pirâmides
do Egito, Rio de Janeiro:Record, 1985, p.104
[2] MILLER, Russel. A
verdade por trás da história: as novas revelações que estão mudando nossa visão
do passado. Rio de Janeiro:Reader’s Digest, 2006, p.129
[3] CAMP, L. Sprague de. The ancient engineers, New York: Ballantine Books, 1963, p. 34
[4] http://www.egyptian-architecture.com/JAEA2/article6/JAEA2_Dash.pdf
[5] VALENTINE, Tom. A grande pirâmide, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1976, p. 23
[6] WHITE, Jon Manchip. O
Egito Antigo, Rio de Janeiro:Zahar, 1966, p. 37
[7] TOTH, Max; NIELSEN,
Greg. A força das pirâmides, São Paulo:Record, 1976, p.61
[8] MASPERO, Gaston. History Of Egypt, Chaldæa, Syria, Babylonia, and
Assyria, v. 2, London:Grolier Society, 1896.
http://www.gutenberg.org/files/17322/17322-h/17322-h.htm
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